A opinião de Ian Gillan sobre 'Born Again', seu único disco com o Black Sabbath 5m632
Vocalista do Deep Purple fala o que pensa do pesado álbum lançado em 1983 e que costuma gerar debates acalorados entre os fãs 501c3k
Born Again (1983), único disco do Black Sabbath com Ian Gillan nos vocais, costuma gerar debates acalorados entre os fãs. Há quem ame e quem odeie o álbum, devido à sua sonoridade abafada. 3a4l73
Mas e o vocalista, o que pensa a respeito? Em entrevista a Igor Miranda para a Rolling Stone Brasil, Gillan, que estará no Brasil com o Deep Purple em junho para se apresentar no festival Best of Blues and Rock 2025, deu seu veredito.
Ele disse:
"Acho as músicas ótimas. Só achei (o som) ridículo. A mixagem ficou absurda. Um dia, o engenheiro desapareceu do estúdio. E alguém assumiu. Não vou dizer quem, porque o baixista [Geezer Butler] deve permanecer em segredo. Mas acho que foi remixado e só dava para ouvir o grave. Se você já viu o filme This is Spinal Tap (1984), essa é a história de Born Again. A moça da gravadora ou o assessor de imprensa disse ao empresário: 'Não dá para tocar'. E foi exatamente isso que aconteceu. O nível do grave era tão alto que não dava para tocar no rádio. Havia sido logo depois do surgimento da música digital. Então, as pessoas ainda usavam agulhas. E era impossível."
De fato, ao longo dos anos Ian Gillan sempre demonstrou descontentamento com a produção — e a capa com um "bebê maldito" — de Born Again. O cantor garante que quando gravaram as músicas, elas soavam melhores.
Ele lamenta que o resultado final não faça jus ao nível das composições — a ponto de Tony Iommi já ter dito várias vezes que pretende remixar o disco.
"Eu tenho uma fita cassete com uma mixagem do retorno que é 10 vezes melhor que o som do álbum. Se eles vão remixar, é um pouco tarde. Mas sim, provavelmente para aficionados, colecionadores ou algo assim… não sei. Mas tem algumas músicas lá que eu realmente acho ótimas."
Ian Gillan fala de seus tempos no Black Sabbath 2w231e
Sobre o velho parceiro guitarrista, Gillan é só elogios. O vocalista do Deep Purple, que logo após a turnê de Born Again deixou o Black Sabbath justamente para se reunir com sua banda original, guarda ótimas lembranças dos tempos com Tony Iommi e companhia:
"É sempre uma alegria compor com Tony e certamente nos divertimos muito fazendo o disco. Tem uma música lá chamada 'Trashed', que foi composta no dia seguinte ao que quer que esteja por trás da história. Foi uma época fantástica. Eu curti a turnê. Foi a festa mais longa em que já estive. Durou um ano. Acho o álbum realmente ótimo. Sempre é tempo. Sempre reconhecemos o fato de que Ozzy (Osbourne) é o vocalista do Black Sabbath. E as pessoas se identificaram com isso. Então foi uma situação meio híbrida e estranha. Mas, no geral, graças a Deus eles vão remixar."
O desconforto com o período 1q402m
Dentre outras curiosidades da fase Ian Gillan no Black Sabbath, uma envolve um clássico imortal do Deep Purple: "Smoke on the Water". Durante a turnê para divulgação de Born Again, essa música foi incluída no repertório do Sabbath, algo no mínimo curioso.
No entanto, revisitar esse hino de sua à época ex-banda parece ter incomodado Gillan menos do que cantar as canções gravadas por Ozzy Osbourne. O vocalista relembrou à rádio Rock FM (via site Igor Miranda):
"Além das músicas de Born Again, tínhamos que apresentar nos shows as que eles fizeram com Ozzy. Nunca me senti confortável, embora elas fossem ótimas e eu conseguisse cantá-las. Mas não sou ele, não parecia o certo."
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