Bailarina tenta novos os, mas não sustenta o legado de John Wick 2j296p
Spin-off dos longas estrelados por Keanu Reeves chega aos cinemas nesta quarta-feira, 4 de junho, se propondo a expandir o universo da franquia 19181n
Após quatro filmes que foram se tornando cada vez mais grandiosos, o universo de John Wick precisava, de fato, de um respiro. E nada melhor para isso do que colocar uma nova protagonista no centro da ação, oferecendo uma perspectiva diferente desse mundo violento e estilizado. Bailarina: Do Universo de John Wick surge como essa tentativa: um spin-off que aposta na figura de Eve, vivida por Ana de Armas (Entre Facas e Segredos) para expandir o legado deixado pelo ator Keanu Reeves e o cineasta Chad Stahelski. A ideia tem seus méritos, mas o resultado final não consegue atingir o mesmo nível de excelência da saga original. 425v1q
Naturalmente, esperava-se que, como um derivado de John Wick, Bailarina fosse mais um dos muitos filmes influenciados pelo estilo inconfundível da franquia: ação estilizada, violência quase coreográfica e um universo repleto de regras próprias — inclusive, preparamos uma lista com 3 filmes com cenas de ação tão boas quanto as de John Wick. Por um lado, a novidade dirigida por Len Wiseman (Anjos da Noite - Underworld, 2003) até é, já que entrega set pieces criativas com patins de gelo, pratos de vidro e lança-chamas, remetendo diretamente ao espírito de improvisação de Wick, além de contar com Stahelski coordenando a ação. Por outro, fica aquém. A ação é esvaziada por uma trama de vingança superficial e previsível, que reproduz dilemas que já vimos inúmeras vezes, sem acrescentar novas camadas ou nuances à protagonista Eve.
Essa falta de complexidade acaba tirando força de um dos pontos que poderiam ser positivos no filme: o arco emocional de Eve. Sua motivação é clara, mas genérica, e a condução narrativa pouco se esforça para aprofundá-la. Soma-se a isso a fragilidade do antagonismo: Gabriel Byrne (Hereditário) interpreta um vilão que, com longos e eloquentes diálogos onde orienta e manipula seus comandados, praticamente não participa ativamente dos confrontos. Seus capangas, que deveriam representar uma ameaça concreta, são igualmente genéricos. É uma pena, sobretudo porque uma das cenas mais impactantes do trailer — o embate "água versus fogo" — ocorre com um inimigo que mal é apresentado e já parte diretamente para a luta com Eve, desperdiçando o potencial dramático do momento.
Ana de Armas luta como uma mulher, explorando sua agilidade de maneira convincente e com presença. No entanto, as coreografias não encantam como em John Wick. Falta à sua personagem aquele magnetismo silencioso e a mistura de fragilidade e resistência que tornaram Wick tão icônico. Além disso, enquanto o personagem vivido por Keanu Reeves sangra, manca e exibe os custos físicos de cada batalha, Eve parece estranhamente invulnerável. Os impactos dos golpes pouco se refletem em seu corpo, reduzindo a sensação de risco e comprometendo a verossimilhança. Falta ao longa a mesma honestidade física que tornou Wick tão humano, mesmo quando elevado a uma figura quase mitológica.
Em suma, Bailarina é uma adição razoável ao universo de John Wick — saiba aqui onde o filme se encaixa na linha do tempo —, capaz de entreter não tanto pela trama e mais por fazer parte desse mundo — com algumas referências e aparições pontuais — ainda que aquém de seu potencial, sendo um filme que se limita a reproduzir elementos reconhecíveis, sem a mesma potência, inovação ou inventividade. Carece de um vilão mais marcante, um arco emocional mais complexo e, sobretudo, a sensação de que estávamos diante de algo tão marcante quanto o original. Por fim, é um spin-off que tenta, mas não consegue, carregar o peso do legado que o inspira.
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