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Danilo Gentili cita censura ao defender Léo Lins: 'Piadas não geram intolerância'

Apresentador afirmou que decisão da Justiça cerceia direito de liberdade de expressão

4 jun 2025 - 07h45
(atualizado às 10h14)
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Resumo
Danilo Gentili criticou a condenação de Léo Lins por piadas, declarando que humor não é crime e defendendo a liberdade de expressão como essencial, enquanto aponta problemas mais urgentes no Brasil.
Danilo Gentili, apresentador
Danilo Gentili, apresentador
Foto: Divulgação | SBT

O apresentador Danilo Gentili, de 45 anos, defendeu o comediante Léo Lins, de 42 anos, que foi condenado a oito anos e três meses de reclusão por contar piadas racistas em um show.

Em pronunciamento realizado durante o The Noite, seu programa no SBT, Danilo Gentili afirmou que estava inconformado com a decisão da Justiça.

O apresentador ainda falou sobre os limites do humor e afirmou que o Brasil tem outros problemas urgentes para resolver, como a fraude no INSS, em vez de prender humoristas.

"Bom, para quem não sabe, a Terceira Vara Criminal Federal de São Paulo condenou o comediante Leo Lins a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. A Justiça também condenou esse mesmo comediante a uma multa de R$ 1,4 milhão acrescida de R$ 300 mil de danos morais coletivos. Qual foi o crime do comediante Léo Lins? Contar piadas em um show de humor", iniciou Danilo Gentili, direto do estúdio do The Noite.

Em seguida, o apresentador afirmou que o Brasil tinha demandas mais importantes para lidar em vez de prender artistas. Ele ainda refletiu sobre a moralidade política no País.

"Esse show foi posteriormente postado no YouTube, e é o que tudo indica, isso foi um crime. Olha, no país em que o INSS é usado para fraudar velhinhos à força, a justiça puniu um comediante por contar piadas em um ambiente criado para isso, soa uma piada de mau gosto. Mas o Brasil é assim, é um lugar que o certo é duvidoso, o duvidoso é certo, e a decisão contra o Leo usa entre outros dos fundamentos, dois argumentos que são no mínimo duvidosos e duvidosos aqui no sentido de ser duvidoso mesmo. Um desses argumentos seria o de que a liberdade de expressão não pode ser irrestrita. Ora, mas liberdade de expressão só pode ser irrestrita".

"Todos que expressam uma opinião, seja no teatro, na poesia, na música, na ficção, no livro ou em forma de uma piada, todos podem ser criticados, questionados e até acionados em processos civis. Agora, que não podem hipótese alguma, é serem presos ou alvos de censura. Piadas não fraudam o INSS. Piadas não estimulam golpes. Piadas não matam gente pobre de fome. Piadas não geram gente morrendo no hospital porque o dinheiro da saúde foi desviado. Piadas não geram intolerância não gera um preconceito. Piadas são apenas piadas. Agora, o outro argumento dúbio e fartamente reproduzido na imprensa é de que o humor não é um e livre para cometer crimes".

Gentili também discorreu sobre o papel do humor na socidade e isentou a prática da relação com crimes. Para ele, cercear o humor, é considerado uma forma de censura.

"E de fato, o humor não é um e livre para cometer crimes, até porque o humor não comete crimes. Humor é baseado em fantasia, em ficção, em exagero, em jogos de palavras, em associações de quebra de expectativa, em preparações e de e desfechos Humor é uma forma de arte e de escrita como qualquer outra. Humor como outras atividades artísticas existe para brincar, provocar, fazer pensar, causar o alívio em quem tá ouvindo, causar o riso, causar boas sensações e como toda forma artística, a liberdade para se fazer humor, para se contar piadas deve ser protegida".

"Olha, na minha carreira eu cansei de responder a pergunta: 'Qual é o limite do humor?'. E é incrível que muitos artistas não notem a pegadinha por trás dessa questão. Porque a hora que oficialmente tiverem limitado o humor como estão fazendo agora, a próxima pergunta vai ser: Qual é o limite do funk? Qual é o limite da novela? Qual o limite da poesia? Até onde uma música pode ir? Até onde uma ficção pode ir? E é melhor o remake do 'Vale Tudo' não ter a morte da Odette Roitman. Porque vai que queiram prender o ator ou atriz que matou ela por homicídio, porque é aqui que a gente tá chegando".

O apresentador ainda comentou que as pessoas defendem a condenação de Léo Lins ainda serão vítimas do mesmo sistema que que hoje estão aplaudindo. Neste momento, ele citou a classe artísticas, jornalística e demais profissionais da comunicação em geral.

"Desde Aristófanes, na Grécia antiga, a sociedade entende que comédia e ficção são uma coisa e que realidade é outra coisa. Agora, nos últimos tempos, algumas autoridades aram a tratar comédia e ficção como se fosse verdade. Isso não é progressismo, isso é regressão. Uma sociedade que não sabe a diferença entre ficção e realidade, entre piada e verdade, não é uma sociedade do futuro, é uma sociedade pré-tribal. E a comédia, a ficção e a arte existem como válvulas de escape".

"Válvulas de escape para a gente poder rir e se distrair em um mundo que é muito duro, cruel e que a gente tem que engolir muitas mazelas de muitas autoridades. Pagar imposto, aguentar tudo quieto e calar a boca. E a piada e a comédia vem para dar alguma válvula de escape. Se um músico não pode subir no palco para cantar a música dele, para quem gosta da música dele, algo tá errado. Se um comediante não pode subir no palco para contar as piadas dele, para o público que comprou ingresso e quer ouvir aquelas piadas e gosta daquele tipo de piada, algo tá muito errado. E se a gente como sociedade. ar a aplaudir decisões que silenciam artistas, independente da arte que eles expressam, algo está muito errado e a gente está na beira do abismo. mesmo".

Em determinado momento de seu discurso no The Noite, Danilo Gentili lembrou da vez em que foi preso por fazer piadas preconceituosas. Na época, ele foi condenado em primeira instância, mas não ficou em reclusão, pois pôde responder em liberdade. Ele recorreu e saiu vitorioso na segunda instância, o que reverteu sua condenação.

"Essa é a segunda vez aqui no Brasil, que um comediante é condenado à cadeia em primeira instância. A primeira vez aconteceu comigo, alguns anos atrás. Eu fico na torcida para o bom senso prevalecer na segunda instância do Leo Lins, assim como prevaleceu na segunda instância da minha condenação. Eu torço para que o Leo não seja preso, a gente não precisa dessa piada de mau gosto, que é prender comediante por contar piadas".

Confira o discurso na íntegra

"Bom, para quem não sabe, a terceira vara criminal federal de São Paulo condenou o comediante Leo Lins a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. Também condenou esse mesmo comediante a uma multa de 1.4 milhão acrescida de 300.000 de danos morais coletivos. Qual foi o crime do comediante Leo Lins? Contar piadas em um show de humor.

Esse show foi posteriormente postado no YouTube, e é o que tudo indica, isso foi um crime. Olha, no país em que o INSS é usado para fraudar velhinhos à força, a justiça puniu um comediante por contar piadas em um ambiente criado para isso, soa uma piada de mau gosto.

Mas o Brasil é assim, é um lugar que o certo é duvidoso, o duvidoso é certo, e a decisão contra o Leo usa entre outros dos fundamentos, dois argumentos que são no mínimo duvidosos e duvidosos aqui no sentido de ser duvidoso mesmo. Um desses argumentos seria o de que a liberdade de expressão não pode ser irrestrita. Ora, mas liberdade de expressão só pode ser irrestrita.

Todos que expressam uma opinião, seja no teatro, na poesia, na música, na ficção, no livro ou em forma de uma piada, todos podem ser criticados, questionados e até acionados em processos civis. Agora, que não podem hipótese alguma, é serem presos ou alvos de censura. Piadas não fraudam o INSS. Piadas não estimulam golpes.

Piadas não matam gente pobre de fome. Piadas não geram gente morrendo no hospital porque o dinheiro da saúde foi desviado. Piadas não geram intolerância não gera um preconceito. Piadas são apenas piadas. Agora, o outro argumento dúbio e fartamente reproduzido na imprensa é de que o humor não é um e livre para cometer crimes.

E de fato, o humor não é um e livre para cometer crimes, até porque o humor não comete crimes. Humor é baseado em fantasia, em ficção, em exagero, em jogos de palavras, em associações de quebra de expectativa, em preparações e de e desfechos Humor é uma forma de arte e de escrita como qualquer outra.

Humor como outras atividades artísticas existe para brincar, provocar, fazer pensar, causar o alívio em quem tá ouvindo, causar o riso, causar boas sensações e como toda forma artística, a liberdade para se fazer humor, para se contar piadas deve ser protegida.

Olha, a a na minha carreira eu cansei de responder a pergunta qual é o limite do E é incrível que muitos artistas não notem a pegadinha por trás dessa questão. Porque a hora que oficialmente tiverem limitado o humor como estão fazendo agora, a próxima pergunta vai ser: Qual é o limite do funk? Qual é o limite da novela? Qual o limite da poesia? Até onde uma música pode ir? Até onde uma ficção pode ir?

Ó, é É melhor o remake do Valetudo não ter a morte da Odette Roitman. Porque vai que queiram prender o ator ou atriz que matou ela por homicídio, porque é aqui que a gente tá chegando. Desde Aristófanes na Grécia antiga, a sociedade entende que comédia e ficção são uma coisa e que realidade é outra coisa. Agora, nos últimos tempos, algumas autoridades aram a tratar comédia e ficção como se fosse verdade. Isso não é progressismo, isso é regressão.

Uma sociedade que não sabe a diferença entre ficção e realidade, entre piada e verdade, não é uma sociedade do futuro, é uma sociedade pré-tribal. E a comédia, a ficção e a arte existem como válvulas de escape.

Válvulas de escape para a gente poder rir e se distrair em um mundo que é muito duro, cruel e que a gente tem que engolir muitas mazelas de muitas autoridades. Pagar imposto, aguentar tudo quieto e calar a boca. E a piada e a comédia vem para dar alguma válvula de escape. Se um músico não pode subir no palco para cantar a música dele, para quem gosta da música dele, algo tá errado.

Se um comediante não pode subir no palco para contar as piadas dele, para o público que comprou ingresso e quer ouvir aquelas piadas e gosta daquele tipo de piada, algo tá muito errado. E se a gente como sociedade. ar a aplaudir decisões que silenciam artistas, independente da arte que eles expressam, algo está muito errado e a gente está na beira do abismo. mesmo.

Ela me chatea muito, mas não me surpreende ler por aí que Leo Lins foi condenado por ser preconceituoso e praticar crimes de ódio. Isso não Isso não condiz nem um pouco com a realidade de quem conhece o Leo Lins. E me revolto a saber isso, porque eu conheço ele, que é um dos caras mais gentis e corretos que existe.

E vou dizer uma coisa, essa condenação do Leo Lins é um tiro tiro no pé de quem tenta limitar a comédia, porque ela foi demasiadamente exagerada, ou todos os limites. Hoje é o comediante Leo Lins que tá sendo condenado à prisão, que tá sendo condenado à multa milionária que gente corrupta condenada não teve a mesma condenação que ele. Hoje é o Leo Lins. Amanhã vai ser o seu portal, jornalista.

Vai ser o seu portal, blogueiro. Vai ser o seu vídeo de YouTube. A Amanhã são, o que você diz hoje pode ser considerado pensamentos antidemocráticos. Olha, pensamentos autocráticos não são exclusivos da esquerda ou da direita. Eles podem pertencer a alguém que não goste de você, simplesmente alguém que não goste de você e tem poder para acabar com você. Aí seus direitos vão para o saco. Independente do que você acha ou deixa de achar.

Olha, o Brasil precisa parar de brigar com a ficção e com a arte e se ater aos problemas de verdade.

Os nossos problemas não são piadas, são idosos fraudados no INSS, são gestores públicos que roubam muito, são forças de segurança que praticam abuso de poder, são leis que não colocam medo em quem pratica crime, intolerância é receber um tiro na cara por causa de um celular, crime de ódio é bater em mulher por causa de uma aliança a Danilo.

Isso aí é populismo, misturar NSS para defender seu amigo comediante, sua profissão. Você acha que é exagero? Você acha que é populismo meu? Então sai na rua e pergunta para qualquer taxista, qualquer frentista de posto de gasolina, qualquer garçom, qualquer trabalhador, qualquer pessoa que tá na rua. Pergunta para qualquer pessoa: O que você prefere: um comediante preso porque contou piada ou ter segurança para andar com o seu celular na rua? O que você O que você prefere?

Calar a boca de um comediante e mutá-lo em não sei quantos milhões de reais porque ele contou uma piada ou prender corrupto tá acabando com a vida e com o país. O Leo Lins pode recorrer em liberdade, a condenação, a cadeia. E eu estou aqui torcendo para que o Leo Lins consiga reverter essa condenação e continue livre.

Isso é uma vitória para o meu amigo amigo, que eu conheço muito bem, para a comédia, que é a profissão que eu pratico, para a arte, que é a classe, embora muita gente não queira itir, a classe que eu e o Leo pertence. Então, para o Leo Lins e para todos, eu desejo que todos continuem livres. Essa é a segunda vez aqui no Brasil, que um comediante é condenado à cadeia em primeira instância. A primeira vez aconteceu comigo, alguns anos atrás.

Eu fico na torcida para o bom senso prevalecer na segunda instância do Leo Lins, assim como prevaleceu na segunda instância da minha condenação. Eu torço para que o Leo não seja preso, a gente não precisa dessa piada de mau gosto, que é prender comediante por contar piadas.

Eu espero de verdade que na segunda instância do Leo Lins, o bom senso prevaleça, como prevaleceu na segunda instância daquele processo que eu também fui condenado por contar piadas. Valeu".

Fonte: Redação Terra
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