Suposto ex-funcionário de Gal Costa é desmascarado pela Justiça do Trabalho 4v8i
Justiça conclui que homem mentiu ao afirmar ter trabalhado por três anos para a cantora; ele foi condenado por litigância de má-fé e pode ter que arcar com mais de R$ 30 mil em custos do processo 4723f
A disputa judicial envolvendo o espólio da cantora Gal Costa e Ed Wilson Aparecido teve um desfecho surpreendente. Segundo revelou com exclusividade o colunista Daniel Nascimento, do jornal O Dia, a Justiça do Trabalho concluiu que o homem mentiu no processo ao afirmar que teria atuado como motorista e funcionário doméstico da artista por mais de três anos. 4q642r
De acordo com o colunista, Ed dizia ter cumprido jornadas diárias exaustivas, das 6h às 22h, com apenas 30 minutos de intervalo, sem carteira assinada ou qualquer tipo de vínculo formal. A versão, no entanto, já havia sido contestada por Wilma Petrillo, viúva da cantora, que declarou em juízo que Ed jamais prestou serviços diretos à casa, mas apenas transportava sua esposa, Luciana de Souza, essa sim funcionária da residência e que também move uma ação judicial contra o espólio.
A juíza Franciane Aparecida Rosa, responsável pelo caso, baseou sua decisão em 276 páginas de relatórios da Uber, cada uma com cerca de 45 viagens, o que comprova que Ed Wilson realizou mais de 12 mil corridas como motorista de aplicativo no mesmo período em que afirmava estar à disposição de Gal Costa. "Resta comprovado que o autor não laborou para as rés na forma descrita na petição inicial", afirmou a magistrada na sentença.
Para tentar reforçar sua versão, Ed ainda apresentou duas testemunhas que afirmaram ter presenciado sua atuação na residência da artista, com tarefas como jardinagem e limpeza. No entanto, os depoimentos foram considerados contraditórios, e a juíza determinou o envio de ofício ao Ministério Público Federal para que uma das testemunhas seja investigada por possível falso testemunho.
Com base nas evidências, Ed Wilson foi condenado por litigância de má-fé e terá que pagar uma multa equivalente a 3% do valor da causa, estimada em R$ 309.169,24 — ou seja, cerca de R$ 9 mil. Embora tenha conseguido a gratuidade de justiça, o que o isenta, por enquanto, de arcar com os mais de R$ 30 mil em honorários dos advogados de Wilma Petrillo e do espólio de Gal, a decisão prevê que ele poderá ter que pagar os custos caso seja comprovada sua capacidade financeira nos dois anos seguintes ao arquivamento do processo.
Apesar da sentença, Ed ainda pode recorrer, mas, segundo o colunista Daniel Nascimento, diante das provas apresentadas, a reversão da decisão parece improvável.