Eduardo Martini desabafa sobre falta de apoio de amigos em espetáculo: 'Nunca foram ver' 26b3r
Em entrevista à Contigo!, o ator Eduardo Martini critica falta de apoio de amigos da classe artística a espetáculo premiado que vai ganhar filme 3l2kr
Em cartaz em São Paulo com quatro espetáculos distintos ao mesmo tempo, o ator Eduardo Martini (64) já está mais do que familiarizado com a troca constante entre personagens pelos muitos anos de carreira. Até o dia 27 de julho, ele leva aos palcos as obras Ladrão que Rouba Ladrão, I Love Neide, Reconciliação e Clô, pra sempre — esta última vai sair dos palcos e ganhar as telas do cinema nacional. Em entrevista à Contigo!, o ator revisita memórias do espetáculo premiado e desabafa sobre falta de apoio de alguns amigos da classe artística: "Nunca foram ver", revela. 2k47h
Espetáculo premiado 3y3345
Novamente em cartaz com o sucesso Clô, pra sempre, Eduardo Martini tem o espetáculo sobre a vida do eterno Clodovil Hernandes (1937-2009) como uma das joias da sua carreira — que até lhe rendeu um Prêmio Bibi Ferreira. Apesar de todo o reconhecimento da crítica e do público, o ator desabafa ao revelar que sentiu falta de rostos conhecidos na plateia durante os muitos anos de exibição da obra.
"Muita gente que não dá nem bola. Tem muita gente que, nossa, que dei muita chance, que já trabalhou comigo, que em quatro anos nunca foram ver o Clodovil, que fingem que não estão vendo", compartilha.
Mesmo com o sentimento negativo, o intérprete não se deixa abalar: "Mas não tem problema, o importante é o que eu tô fazendo. O importante foi, na verdade, o que fiz por elas também, sabe? Isso é muito bacana. O que faço para os outros só conta na minha história. O que os outros fazem pra mim conta na história deles", declara.
A reclamação, entretanto, é exclusiva a uma parcela de conhecidos. Martini não hesita em revelar os nomes que o acompanharam nessa trajetória tão marcante em sua carreira. "Tenho muitos atores que são nessa comigo. Suzy Rêgo, Cristiana Oliveira, a própria Viviane Alfano, que é minha diretora, Carol Rubner, Markinhos Moura, Custódio Júnior, Catita Soares, Carina Sacchelli. Tem muita gente que não é famosa, mas que está comigo nessa história, que gosta, que quer fazer exatamente isso, quer unir, quer construir, quer fazer", agradece.
Do palco à telona 45j6j
O espetáculo Clô, pra sempre nasceu na pandemia e cresceu até se tornar um projeto ainda mais ambicioso: um longa-metragem. Para Martini, a peça foi muito mais do que um monólogo — foi o reencontro com um sonho antigo. "Eu sempre quis fazer o filme do Clodovil. Quando ele morreu, um ano depois eu já queria colocar isso de pé. Mas o Luís Carlos Góes, que ia escrever, faleceu, e o projeto morreu ali. Só que eu nunca tirei isso da cabeça", relembra.
Foi durante a temporada do espetáculo que o sonho começou a tomar forma. "Meu produtor, Peterson Melo, levou o Cassio Pardini pra ver. Quando o Cassio disse 'vamos fazer o filme', eu quase caí pra trás. Não acreditei. Foi a concretização do primeiro sonho", relata, ainda emocionado.
Para o cinema, Martini promete aprofundar o retrato de Clodovil com nuances que só a tela pode capturar: "O olhar do Clô vai ser mais visto, mais sentido. A câmera permite isso. Quero mostrar a dor, o deboche, a doçura. Clodovil era muitas coisas, e nunca me propus a endeusá-lo ou atacá-lo. Só a representá-lo como ele era: pardo, pobre, adotado, gay... e mesmo assim encantou a alta sociedade brasileira. Isso diz muito".
A transformação de Clodovil em filme também tem sido uma jornada de conexões. Martini faz questão de citar os nomes por trás do roteiro e da produção. "O Raphael Gama, o Bruno Sorc — que já foi premiado em cinco países com um curta —, o Leonardo Corteis, que é genial... A equipe é coesa, existe uma tranquilidade e um comprometimento que me fazem acreditar ainda mais nesse projeto. Isso faz toda a diferença."
O que vem a seguir 524y67
A adaptação cinematográfica de Clô, pra sempre está sendo desenvolvida com base na peça, mas terá um tratamento visual e emocional mais íntimo. Martini está entusiasmado com a possibilidade de reinterpretar o personagem sem a mediação da plateia. "No teatro, eu mantenho o pique, o ritmo, é tudo ao vivo. No cinema, vou ter que olhar para a câmera, encontrar o tempo certo. E acho que vai ser uma nova forma de mostrar quem foi o Clodovil — com todas as contradições que ele carregava."
O ator não quer suavizar nem exagerar os traços do estilista e apresentador: "Ele não era perfeito. Ninguém é. Mas ele foi importante, uma persona impactante na história do Brasil. Quero mostrá-lo inteiro: o gênio e o humano, o artista e o homem cheio de falhas", conclui.