'A Viagem': saiba quem é o Mascarado e como ele está após 30 anos ku41
Breno Moroni relembra bastidores da novela e faz balanço da carreira 304q4p
Breno Moroni relembra como deu vida ao icônico Mascarado de "A Viagem", destacando sua liberdade criativa, os bastidores da novela, sua versátil trajetória artística e o carinho do público que perdura até hoje.
O Mascarado, de A Viagem (1994), se tornou um dos personagens mais enigmáticos e queridos da teledramaturgia brasileira. A figura silenciosa, que transitava pela vila da novela com gestos precisos, olhares expressivos e uma máscara que acobertava mais que um rosto, escondia uma história. Quem deu vida ao personagem foi Breno Moroni, ator, mímico, artista circense e diretor, que conversou com exclusividade com o Terra e abriu o jogo sobre bastidores da novela, curiosidades do personagem e sua trajetória artística. 294b6q
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O convite para a trama global chegou quando Moroni tinha acabado de voltar da Europa, onde viveu por anos e aprofundou seus estudos em mímica, pantomima e artes circenses: "Eu já era formado pela Escola de Teatro do Rio de Janeiro, a antiga FEFIEG. Lá, além de interpretação, tínhamos aulas de dança, expressão corporal... Mas minha vivência no circo e na Europa complementou muito isso."
A oportunidade veio quase como um acaso bem-sucedido da vida. No roteiro, o personagem aparecia descrito de forma simples: "Mascarado a pela vila". Mas foi Breno quem deu corpo, alma e poesia.
"A Viagem" retornou no Vale a Pena ver de Novo para ressuscitar um dos meus traumas de infância: o mascarado. Nem Freddy Krueger me dava mais medo que o personagem dessa novela. pic.twitter.com/mLgc1NRl78
— Thiago Barata (@thiagobarata87) May 12, 2025
"Eu falei para os diretores: ‘E se ele viesse de monociclo">
Amo o mascarado, mas a cenas dele contribuiam para o povo ter medo dele até hoje kkkk #AViagem pic.twitter.com/p2HlYMDoYl
— Filomena Ferreto 🏳️⚧️ (@leocastromj1) May 26, 2025A construção visual também foi fruto dessa sinergia. "A máscara de queimado levava horas para ficar pronta. E não era só figurino. O departamento de arte construiu até uma mansão pro meu personagem, que nem existia no roteiro inicial. De algo pequeno, ele virou um núcleo na trama."
Sabiam quem era o Mascarado?
"Claro que o elenco sabia", revela Breno. "A gente dividia camarim, maquiagem, tomava café junto... Isso de manter mistério era mais pro público. E tem uma curiosidade que pouca gente sabe: eu, a Christiane Torloni e o Guilherme Fontes somos de Petrópolis. Petrópolis exporta bons atores", brinca.
O carinho do público não parou
Mesmo três décadas depois, Breno ainda recebe mensagens diariamente de fãs da novela. "É vídeo, é pergunta, é carinho, é saudade... Nunca parou. E agora, com as reprises e redes sociais, só aumentou", conta.
Apesar da fama, Breno trocou o eixo Rio-São Paulo pela tranquilidade de Campo Grande (MS), onde vive desde 2015. "Aqui eu não tenho a mesma fama de lá, mas tenho uma vida muito ativa. Tenho três peças de teatro em cartaz, terminei recentemente um longa no Pantanal, um curta sobre deficientes visuais, e outro média-metragem em Corumbá, que inclusive é roteiro meu", diz, orgulhoso.
Ele também celebra a estreia de um documentário que roteirizou e dirigiu, feito inteiramente com a comunidade indígena urbana Marçal de Souza, mostrando sua conexão com as pautas culturais e sociais do Mato Grosso do Sul.
Um dos maiores traumas da história da televisão para muita gente: o Mascarado Adonai. #AViagem pic.twitter.com/Lc82HWrIWN
— Paula Sampaio Moreti (@GiuliMedrado) May 26, 2025
Breno não é só ator. É também acrobata, faquir, contorcionista, mímico, escritor, diretor e roteirista. Sua carreira se espalha por quatro continentes, com trabalhos no teatro, cinema, televisão e circo. No currículo, estão projetos internacionais em países como Inglaterra, Alemanha, Cuba, Quênia e Portugal.
Entre seus marcos estão peças como Os Corcundas, Mulheres Sapiens Erectus, e O Menor Circo do Mundo, além de filmes como Katharsys e A Paz é Dourada.
O que sente falta da televisão?
"Daquela época, sinto falta do reboliço, daquela movimentação intensa dos bastidores. Televisão é muito importante na formação de um ator, assim como teatro, cinema e circo. Trabalhei com o Hans Donner em dezenas de aberturas, em O Anjo Caiu do Céu, Malhação, Globinho... Sempre gostei de criar personagens muito caracterizados. Isso tem um preço: você não fica com aquele rosto conhecido, como a TV gosta, mas fica marcado pelo personagem", reflete.
E o Mascarado, afinal?
Breno acredita que o sucesso do Mascarado veio dessa soma rara entre liberdade criativa e uma equipe disposta a ousar. "Foi uma coincidência de criatividade que virou mágica. Me deram espaço pra ser bom. E eu estava cercado de profissionais incríveis. O personagem ficou e vai continuar ficando na memória de quem assistiu."