Novela da Globo fez crítica a subcelebridades há 12 anos 3s115g
Globo montou elenco recheado de jovens atores para construir trama leve com críticas ao desejo de alcançar a fama 2d3k2g
Em 29 de abril de 2013, há 12 anos, a Globo estreava Sangue Bom como sua nova novela das sete. Escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, a trama ganhou um elenco de protagonistas repleto de jovens atores e fez crítica a subcelebridades. 4k4g3q
Sociedade do espetáculo 3x12
O jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, destaca que Sangue Bom conseguiu captar o espírito da época com seu elenco formado de jovens talentos e deu ênfase para o começo da era em que as redes sociais e reality shows elevavam anônimos à categoria de celebridade — sem que, necessariamente, tivessem construído uma carreira sólida.
De acordo com Xavier, o texto recheado de ironias e tiradas inteligentes não atacava a fama em si, mas questionava o que a sustentava. A inversão de valores, onde a aparência e a visibilidade contavam mais que o talento ou o trabalho duro, era o alvo principal dos autores.
Como Maria Adelaide explicou na época em entrevista resgatada pelo Teledramaturgia, a novela não condenava a notoriedade, mas criticava a busca desenfreada por ela sem qualquer mérito verdadeiro. Em tempos em que "ser famoso" começava a parecer mais importante que "ser bom no que se faz", Sangue Bom surgia como um espelho desconfortável da cultura contemporânea.
Realidade na telinha 213215
A narrativa de Sangue Bom também acertou ao conectar sua crítica ao cotidiano do público. A novela retratava programas de entrevistas sensacionalistas, séries televisivas, reality shows e até a febre dos vídeos virais do YouTube, em uma linguagem muito próxima da juventude que consumia esse conteúdo em massa.
O Teledramaturgia relembra que a novela seguiu a linha de trabalhos anteriores, como Ti-Ti-Ti, e também abordou temas sociais com naturalidade: casais gays tiveram espaço e final feliz, e personagens como a travesti Mulher Pau-de-Jacu, interpretada por Luiz André Alvim, reforçaram a proposta de representar a pluralidade sem estereótipos.
Jovens estrelas 3g4i1u
Para dar vida aos protagonistas dessa crítica à sociedade do espetáculo, a Globo apostou em seis jovens atores que já despontavam como promessas: Marco Pigossi, Sophie Charlotte, Fernanda Vasconcellos, Humberto Carrão, Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo.
Seus personagens se entrelaçavam em uma trama que mesclava romance, rivalidades e disputas por reconhecimento. Além do sexteto protagonista, Sangue Bom contou com um elenco de apoio fortíssimo. Nomes como Giulia Gam, Ingrid Guimarães, Marisa Orth, Malu Mader e Letícia Sabatella garantiram peso dramático e cômico à produção.
Para Xavier, o elenco número não foi problema: cada ator teve seu momento de brilho, graças ao texto habilidoso dos autores, que souberam distribuir boas cenas e diálogos memoráveis para todos, sem que ninguém ficasse apagado.