Neta conta como mantém arte de renomado artesão viva mesmo após 60 anos de sua morte: 'Nossa sobrevivência' 3ft3k
Casa do Mestre Vitalino em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, é transformada em museu, que recebe mais de 1.000 visitas diárias no São João 2e2x53
Família de Mestre Vitalino mantém viva a tradição do artesanato em barro em Caruaru, istrando uma casa-museu no Alto do Moura, que atrai milhares de turistas durante o São João.
Mais de 60 anos após a morte de Vitalino Pereira dos Santos, conhecido como Mestre Vitalino, o legado do artista permanece bastante vivo, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. 691552
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Assim como outros grandes nomes do artesanato pernambucano, a casa do mestre fica localizada em Alto do Moura, um dos bairros mais famosos da cidade e considerado pela Unesco o maior centro de artes figurativas das Américas.
Em meio às músicas juninas, carros buzinando e comércios modernos e coloridos --todos com alguma figura de cerâmica na porta--, uma casinha simples feita com tijolos de barro chama a atenção. Segundo a neta mais nova de Vitalino, Emanuela Rodrigues dos Santos, de 40 anos, o lugar foi construído pelas mãos dele, em 1959, e foi lar do artista durante seus últimos quatros anos de vida. Hoje, ela é uma casa-museu istrada pela família e guarda as memórias e a trajetória de Vitalino.
“Hoje, somos os netos e os bisnetos que continuamos fazendo as peças. Meus irmãos fazem, outros pintam. No meu caso, eu pinto as peças e esse é o legado que ele nos deixou. É o nosso trabalho, é o nosso ganha-pão, é a nossa sobrevivência”, conta em entrevista ao Terra.
Ela conta que o primeiro a aprender foi o pai dela, que depois ou para os irmãos e, desta forma, a tradição seguiu. “O processo era esse. Ele fazia as peças durante a semana. Quando era na sexta-feira, queimava essas peças e, no sábado, ia à feira pra poder vender e fazer a feira pra poder sustentar os filhos. Foi assim a vida toda, a gente cresceu assim”, relembra.
“Eu fui aprendendo também com a minha mãe, assim como as minhas irmãs também. A minha filha já foi aprendendo comigo, com as tias. É na prática e olhando também. A gente tá olhando ali e tá aprendendo e cada um vai desenvolvendo o seu estilo”, diz Emanuela.
De acordo com ela, a maioria das peças é de réplicas das originais de Vitalino. No entanto, quando alguém se sente inspirado para fazer algo diferente, também tem permissão para criar. “A maioria são as tradicionais, como a Banda, A Família Retirantes, o Trio Nordestino… São todas peças que o Mestre Vitalino criou”, destacou.
As visitas acontecem a todo momento. Porém, é durante o São João que as ruas ganham vida, como explica Emanuela. No mês de junho, o museu recebe mais de mil pessoas por dia. Além das peças, os visitantes também podem encontrar detalhes sobre a vida do artista, como utensílios de trabalho, fotos familiares e outros.
- A repórter viajou para Caruaru (PE) a convite de O Boticário.
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