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Duas paradas obrigatórias em Mônaco. Loteria ou procissão? 5h301w

Não podendo mexer na pista ou nos carros, F1 institui duas paradas obrigatórias para tentar movimentar o GP de Mônaco. Vale a tentativa? 6g544v

23 mai 2025 - 07h59
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Red Bull ensaiando paradas de pneus em Monaco. Qualquer falha pode ser fatal
Red Bull ensaiando paradas de pneus em Monaco. Qualquer falha pode ser fatal
Foto: Pirelli Motorsport

Não é de hoje que o fã de F1 diz que o GP de Monaco é uma belíssima procissão. Outros são até mais radicais e dizem que a melhor coisa de se acompanhar ao longo do final de semana é a Classificação, onde é emocionante ver os pilotos buscando seus limites nos muros do Principado (de certa forma, concordo com esta afirmação). 6i5e23

Embora a Liberty Media esteja tentando transferir o glamour para outros cantos, Monaco ainda segue sendo a jóia da coroa da F1. No curto/médio prazo, modificações no traçado estão afastadas, a despeito da expansão territorial que está sendo feita no Principado com o aterramento de determinadas áreas. Como os carros seguem crescendo, freando de maneira estonteante e gerando turbulência, a solução encontrada para tentar melhorar a ação em Monaco é...a introdução de duas paradas obrigatórias.

(Sobre o tamanho dos carros impedir o acontecimento de corridas movimentadas em Monaco, este é um ponto, mas não é o mandatório. Fosse por isso as corridas da F-E seriam igualmente processionais, pois um carro da categoria elétrica mede pouco mais de 5 metros. Mas isso é papo para outro artigo e as simplificações certas vezes são inimigas da realidade. Pano rápido).

Este ano, a Pirelli introduziu um novo composto, o C6, o mais macio de toda a gama. O objetivo da fabricante era levar para pistas de rua e de baixa abrasividade este pneu, de maneira a permitir que os pilotos tivessem mais aderência em curto espaço de tempo e fazer que usassem os compostos mais macios durante a prova para permitir uma maior movimentação de pista e tornar a gestão mais complicada.

Pneus em exposição...o C6 volta a aparecer em Monaco
Pneus em exposição...o C6 volta a aparecer em Monaco
Foto: Pirelli Motorsport

A estreia deste novo pneu foi em Imola e a recepção não foi das melhores: esquentando muito depressa e a diferença de tempo em relação ao C5 não era tão grande. Não foi a toa que Mercedes e Aston Martin usaram o então Médio no Q3.

No caso de Monaco, a entrada do C6 no cenário tende a ser menos problemática pois a temperatura promete não estar tão alta e, mesmo com o recapeamento parcial, Monaco é um traçado onde o desgaste de pneus é muito baixo. Caso a Pirelli tivesse mantido a escalação dos últimos anos, talvez os carros não teriam que trocar de pneus salvo a obrigatoriedade do regulamento sobre o uso de dois tipos diferentes de pneu.

Com a entrada das duas paradas obnrigatórias, vem à cabeça a experiencia do Catar 2023, onde por questões de segurança, se instituiram janelas de trocas de pneus. No caso de Monaco, a intenção é tentar introduzir um pouco mais de movimentação na corrida, que ano após ano, é a que tem menos ultraagens na temporada.

Além da introdução das duas paradas obrigatórias, o regulamento foi emendado para que os três tipos de compostos sejam utilizados durante a corrida, lembrando que cada piloto terá treze jogos ao longo do final de semana (dois Duros, três Médios e cinco Macios). Mesmo assim, ainda segue valendo a possibilidade de trocar pneus durante bandeira vermelha e, no caso de uso de intermediários ou de chuva extrema, os pilotos terão que usar pelo menos dois tipos diferentes de compostos para pista seca.

Caso algum piloto não tenha usado dois tipos diferentes de pneus caso a corrida tenha sido suspensa ou encerrada, será adicionado o tempo de 30 segundos no tempo final. Se usar somete um tipo de pneu, leva mais um acrescimo de 30 segundos.

Trecho do regulamento esportivo da F1 que trata especificamente do uso de pneus no GP de Monacio
Trecho do regulamento esportivo da F1 que trata especificamente do uso de pneus no GP de Monacio
Foto: FIA

Temos aqui mais uma bagunça para os times ao longo do final de semana. Deveremos ter ideia do que realmente acontecerá no TL2, onde habitualmente os times usam boa parte para simular as condições de corrida. Para uma melhor avaliação, os estrategistas provavelmente dividirão a carga de trabalho entre os pilotos, com um usando o C5 e outro o C6. O desgaste deste novo composto será determinante para a escolha da estrategia de prova.

O domingo será um verdadeiro jogo de xadrez e a Sala de Controle dos times nas fábricas e nos boxes terão que ser precisos em suas escolhas. Não são poucas especulações que, mesmo sobre a sombra da aparição de Carro de Segurança Real e Virtual, os estrategistas possam matar logo uma das paradas obrigatórias logo no início. Talvez a jogada mais interessante possa ser largar com o C6, especialmente quem está na frente para poder tentar uma aderencia melhor e conseguir se poscionar à frente e fazer com que este composto funcione bem.

Sala de Controle de Corrida da Mercedes. O trabalho aqui será primordial para este final de semana
Sala de Controle de Corrida da Mercedes. O trabalho aqui será primordial para este final de semana
Foto: Mercedes AMG-Petronas

Mas se o C6 mantiver a tendência vista em Imola de ter uma janela estreita de bom funcionamento, aí sim entraria em campo a jogada de parar logo e tentar pegar a pista limpa para, quando os demais entrarem nos boxes, recuperar as posições. Um "undercut" clássico.

Porém, a tendência que aparenta ser mais usada é o uso dos C4 e C5. O C4 já é conhecido dos times, pois foi a principal opção dos ultimos anos. A curiosidade aqui será ver como este C5, que antes era o mais macio, vai se comportar num stint mais longo. Para facilitar, a Pirelli manteve as mesmas configurações de pressão e camber do ano ado. Porém, as mudanças de direção e a necessidade de uma boa tração deixam ainda a duvida de como estes compostos macios funcionarão.

As elacubrações são interessantes e a projeção para a prova promete. Mas vai depender do cálculo dos estrategistas e do ritmo dos pilotos. As estratégias deverão ser executadas com precisão cirurgica e as correções, rápidas. Afinal de contas, será crucial aproveitar os períodos de pista livre para evitar cair atrás de um carro mais lento.

Confesso que vejo esta iniciativa com certo ceticismo. Não se pode negar que dará uma certa movimentada na prova e trazer algumas surpresas. Com as limitações presentes na equação do GP de Mônaco, a inclusão de mais uma parada obrigatória é um paliativo possível. Entretanto, como diz a velha frase, é preciso que tudo mude para ficar como está. A ver. Mas quero ser surpreendido...

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