Seleção chega à Copa América com mais incógnitas que certezas 2e3y6h
Time de Dorival segue invicto no ano, apesar da inconsistência defensiva demonstrada nos quatro primeiros jogos do técnico 3t5d54
Há poucos jogadores intocáveis e posições definidas na seleção brasileira. Às vésperas da Copa América, é possível cravar apenas o capitão Danilo, Marquinhos, Bruno Guimarães, Rodrygo e Vinicius Jr. no time titular. De resto, mais incógnitas que certezas. 4r5u4o
No empate contra os Estados Unidos, o último amistoso antes do primeiro torneio oficial sob o comando de Dorival Júnior, ficou evidente que não faltam talento e competitividade ao Brasil, que criou muitas situações de gol e, tivesse um pouco mais de capricho, sairia de Orlando com a vitória.
Por outro lado, também ficou exposta a inconsistência defensiva da equipe, que, assim como no duelo diante do México, voltou a sofrer 12 finalizações e contou com duas grandes defesas de Alisson no segundo tempo para não levar a virada dos EUA, fora uma bola no travessão, ainda na etapa inicial.
Com seis gols sofridos e média de 14 finalizações adversárias por jogo nos quatro primeiros amistosos de Dorival, a seleção atual supera a marca do time comandado por Fernando Diniz em seus últimos quatro compromissos pelas Eliminatórias sul-americanas (12 finalizações concedidas por partida), que também sofreu seis gols no mesmo recorte.
Embora seja um técnico mais conservador que Diniz, Dorival ainda não conseguiu encontrar o equilíbrio defensivo na seleção. Sem Casemiro, preterido por opção técnica, a equipe oferece bastante espaço aos rivais na intermediária, brecha explorada pelos Estados Unidos para empilhar chutes de média e longa distância.
A partir desse desequilíbrio, o treinador precisa encontrar soluções e, eventualmente, repensar a titularidade de alguns nomes em busca do 11 ideal. A começar por Alisson, goleiro das duas últimas Copas do Mundo, que, embora tenha crescido no segundo tempo, voltou a falhar no primeiro gol dos Estados Unidos, em cobrança de falta de Pulisic. Bento e Rafael ganham força na disputa pela posição, já que Ederson acabou cortado por lesão.
Na zaga, Marquinhos mantém o status de titular. Beraldo recebeu nova oportunidade, mas, aos 20 anos, ainda carece de maior constância. Companheiros de PSG, ambos tiveram desempenho abaixo de Bremer e Gabriel Magalhães na temporada europeia, enquanto Éder Militão corre por fora ao tentar recuperar espaço na seleção. Do lado esquerdo, Wendell e Arana brigam pela titularidade, com vantagem para o lateral do Porto, que mais uma vez se projetou bem ao ataque.
Já no meio, apesar da fartura de qualidade técnica, tem faltado pegada à frente da defesa. Sem um volante essencialmente marcador, Dorival precisa definir o companheiro de Bruno Guimarães entre João Gomes e Douglas Luiz, que oscilaram nos últimos amistosos. Denunciado por suposto esquema de manipulação de apostas, Lucas Paquetá não conseguiu manter o rendimento apresentado contra Inglaterra e Espanha e pode perder a posição para Andreas Pereira, mais assertivo nos es e autor de um gol contra o México.
Por fim, a grande dúvida no ataque é se o treinador segue priorizando a hierarquia ao abrir mão de um 9 para preservar a vaga de Raphinha ou se desprende do conservadorismo e aproveita o momento iluminado de Endrick, sempre incisivo desde que estreou pela seleção principal.
São apenas quatro jogos e menos de seis meses de trabalho de Dorival à frente da seleção. É natural que, depois de um ano para se esquecer e três derrotas consecutivas nas Eliminatórias, o Brasil ainda esteja em estágio de formação. Tanto o técnico quanto os jogadores brasileiros encontrarão equipes mais maduras na Copa América, um bom parâmetro para retomar o equilíbrio perdido desde o fim do último ciclo com Tite.