Bobadilla ainda não se apresentou para dar versão sobre suspeita de injúria racial, diz polícia 574s1b
Meio-campista Tricolor teria chamado Miguel Navarro, do Talleres, de 'venezuelano morto de fome' 4q4k3g
Damían Bobadilla, meio-campista do São Paulo, é acusado de injúria racial contra Miguel Navarro, do Talleres, mas ainda não se apresentou para dar sua versão; o caso segue sob investigação.
O meio-campista Damían Bobadilla, do São Paulo, ainda não se apresentou para dar versão dele sobre a denúncia de injúria racial. Ele foi acusado de xenofobia contra um adversário venezuelano durante a vitória sobre o Talleres, pela Libertadores, na noite desta terça-feira, 27, no MorumBis. 2l4t6x
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), após denúncia de Miguel Navarro, do Talleres.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), o venezuelano de 26 anos relatou ter sido ofendido pelo atleta do São Paulo Futebol Clube. Outros jogadores prestaram depoimento, assim como o árbitro da partida.
A Polícia Civil disse que Bobadilla ainda não compareceu à delegacia para apresentar sua versão. As investigações prosseguem. O Terra tenta contato com a assessoria de imprensa do clube para pedir um posicionamento sobre o caso. O espaço segue aberto.
A confusão que culminou com a denúncia aconteceu nos últimos instantes do segundo tempo da partida, válida pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. Diversos jogadores do Talleres se reuniram ao redor de Bobadilla, enquanto Navarro, aos prantos, tentou deixar o campo.
Na zona mista, o venezuelano revelou que Bobadilla o havia chamado de "venezuelano morto de fome".
Nas redes sociais, o Talleres publicou uma nota de apoio ao jogador, em que se solidariza "profundamente com Miguel e sua família neste momento. Como instituição, nos manifestamos contra qualquer forma de discriminação. Não há lugar para ódio no futebol", diz parte do comunicado.
O atleta também se manifestou em sua conta no Instagram. "Queria eu ter, em minhas mãos, a solução para a fome que vive meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não creio que possa fazer muito contra a pobreza mental", escreveu Navarro.
"Nunca me envergonharei das minhas raízes. Vou até as últimas consequências contra o ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil por parte de Damían Bobadilla. No futebol, não há espaço para discursos de ódio”, concluiu o jogador do Talleres.
Navarro compareceu ao Juizado Especial Criminal do MorumBis para registrar a ocorrência, enquanto policiais militares foram ao vestiário do São Paulo em busca de Bobadilla, mas o jogador já havia deixado o estádio.
Na coletiva pós-jogo, o treinador do São Paulo, Luis Zubeldía, tentou desconversar sobre o assunto e se irritou com um jornalista que o questionou sobre o caso, dizendo que preferia falar sobre a classificação da equipe às oitavas da Copa Libertadores.