Hudson Soft: A história da lendária criadora de Bomberman 1o4b5a
Relembre a trajetória da empresa japonesa que ajudou a moldar a era 8 e 16 bits 3p7368
Poucas empresas marcaram tanto a era de ouro dos videogames quanto a Hudson Soft. Fundada no Japão em 18 de maio de 1973 pelos irmãos Yuji e Hiroshi Kudo, a empresa começou bem longe do mundo dos jogos: seu foco inicial era vender rádios amadores e equipamentos de telecomunicação. Mas nos anos seguintes, seu destino mudou, e com ele, o futuro da indústria dos games. 4y3b72
Inspirado pelas poderosas locomotivas a vapor americanas chamadas Hudson, o nome da empresa acabou refletindo a ambição dos seus criadores: ir longe e com força. Foi no final dos anos 1970 que a Hudson ou a se aventurar no mundo dos computadores, vendendo softwares para plataformas japonesas como PC-88, MSX, ZX Spectrum e Commodore.
A virada veio em 1983, quando a empresa lançou os primeiros jogos para computadores domésticos e para o NES (Famicom no Japão). O primeiro grande sucesso foi uma versão simples de Bomberman para PCs japoneses, que explodiu - literalmente e figurativamente - quando chegou ao NES em 1985. Nascia aí uma das franquias mais duradouras da história dos videogames, com seu capítulo mais recente lançado em 2023: Super Bomberman R 2.
Mais do que jogos: uma criadora de consoles 2u706h
Em 1987, a Hudson foi além do software e se juntou à NEC para lançar um console próprio: o PC-Engine (conhecido como TurboGrafx-16 nos EUA). Apesar de seu coração ser um sistema de 8 bits, o console impressionava com um processador gráfico de 16 bits, que entregava visuais comparáveis - e até superiores - aos futuros rivais Mega Drive e Super Nintendo.
Outro diferencial foi o uso das HuCards (cartuchos em forma de cartão) e, mais tarde, o pioneirismo com o ório de CD-ROM, lançado em 1988. Isso permitia trilhas sonoras digitais, vozes dubladas e animações - algo revolucionário para a época.
Apesar de um desempenho discreto nos EUA, o PC-Engine foi um sucesso no Japão, ficando atrás apenas do NES na preferência dos jogadores por muitos anos. Seu ciclo durou até 1994, quando foi oficialmente descontinuado.
Em 2020, a Konami lançou o PC Engine Mini, uma edição em miniatura do console que veio com 57 jogos clássicos na memória, incluindo alguns títulos lançados em versões CD-ROM.
O fim da linha como estúdio independente 2gh16
No final da década de 1990 a Hudson ou por dificuldades financeiras e, em 2001, a Konami se tornou sua acionista majoritária. Mesmo assim, a Hudson continuou ativa, desenvolvendo jogos sob seu próprio nome, incluindo títulos como Mario Party 8, lançado para o Wii.
Em 2011, a transição se completou: a Hudson foi absorvida pela Konami e deixou de existir oficialmente em 2012. A antiga sede em Sapporo funcionou como filial até 2014, quando foi fechada definitivamente. O prédio foi vendido no ano seguinte, encerrando assim um dos capítulos mais marcantes da história dos games japoneses.
Hoje, a Konami detém todas as franquias da Hudson. Enquanto algumas - como Bomberman - ainda recebem novos jogos, outras permanecem esquecidas, como Bonk, Adventure Island e Bloody Roar. Muitos fãs lamentam a forma como esse rico legado foi tratado após a fusão.
Legado e clássicos inesquecíveis 24723z
O maior símbolo da Hudson é, sem dúvida, Bomberman, uma série que atravessou décadas e gerações com sua jogabilidade simples e viciante. Mas seu portfólio vai muito além.
Em 1989, a NEC e a Hudson queriam uma mascote para competir com Mario. Assim nasceu Bonk, o menino das cavernas cabeçudo que estrelou Bonk’s Adventure (PC-Genjin no Japão) no PC-Engine. O personagem foi tão popular que ganhou versões para NES, SNES e Game Boy.
Já Adventure Island tem uma origem curiosa: começou como uma adaptação do arcade Wonder Boy, mas como os direitos pertenciam à Sega, a Hudson criou um novo protagonista: Master Higgins (baseado no porta-voz da empresa, Takahashi Meijin). O jogo virou uma série de sucesso no NES, Game Boy e SNES, mantendo o estilo de plataforma rápida e desafiadora.
Outra joia é a série Tengai Makyō (Far East of Eden), um RPG que brilhou no Japão graças ao uso do formato CD-ROM, com animações, dublagem e trilha sonora cinematográfica. Junto dela, o jogo de tabuleiro Momotaro Dentetsu virou febre no Japão, misturando estratégia e ferrovias, e ainda é publicado ocasionalmente pela Konami.
E claro, vale lembrar que a Hudson foi a desenvolvedora original da série Mario Party, começando no Nintendo 64 em 1998. Sua expertise em jogos de tabuleiro digitais rendeu oito títulos principais e diversos spin-offs portáteis. A partir de Mario Party 9, o desenvolvimento ou para a Nd Cube, composta por vários ex-funcionários da Hudson, garantindo que o espírito da série permanecesse vivo.
A Hudson Soft foi mais do que uma desenvolvedora de jogos: foi uma incubadora de ideias criativas, pioneirismos tecnológicos e personagens memoráveis. Mesmo após sua dissolução, seu impacto ainda ecoa no universo gamer, seja nas bombas de Bomberman ou nos dados rolados em Mario Party.
O que fica é a nostalgia e a esperança de que um dia, a Konami ou outra força criativa, dê uma nova vida às franquias esquecidas dessa lenda dos videogames.
