Anfavea diz que juros muito altos vão derrubar vendas de carros no varejo 5b6y45
Associação das montadoras tradicionais comemora aumenta na produção e exportação, mas vê “desequilíbrio” nas importações 1x2g2m
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) fez um balanço da indústria automotiva nos primeiros quatro meses de 2025. No comparativo com os meses de janeiro a abril do ano ado, a produção subiu para 811,2 mil veículos (+6,7%) e a exportação chegou a 161,9 mil (+47,8%). 3z1q1z
A produção cresceu percentualmente o dobro das vendas internas, que foi de 760,4 mil veículos (+3,4%) e exportação subiu percentualmente 2,5 vezes o da importação, que foi de 105,1 mil unidades (+18,7%). Mesmo assim, a Anfavea reclamou dos volume de importados e também fez um alerta: os juros muito altos vão derrubar as vendas de carros no varejo.
Igor Calvet, novo presidente da Anfavea, lembrou que a taxa real já está em 29,3% e que o Banco Central fez novo aumento na taxa Selic, elevando-a para 14,75%, restringindo ainda mais o crédito. “Vamos ter um grande problema de fluxo de emplacamento logo no segundo semestre”, disse. “O varejo estará mais impactado.”
Em seguida, Calvet disse que “os juros me peocupam demais, porque já afetam os caminhões e arão a afetar nos próximos meses o mercado de veículos leves.” Marcus Vinicius Aguiar (Renault), que é vice-presidente de Veículos Leves na Anfavea, acrescentou: “Principalmente no segmento A e B, que precisa de financiamento, o juro é na veia do consumidor”.
Na mesma linha de seu antecessor, Calvet disse que o volume de 150 mil importados é alto. Tendo Aguiar ao seu lado, a Anfavea destacou que o problema não está exatamente só na importação, mas na origem dela, que é a China. Quando o comércio é com a Argentina, por exempplo, há uma “via de mão dupla”, mas com a indústria chinesa, por enquanto, são apenas importações, o que afeta também a indústria de autopeças.
Calvet citou mais uma chegada de 5 mil veículos importados, porém esse volume é apenas metade de um único dia de venda da indústria, que em abril foi de 10,4 mil veículos. Do total de 208,7 mil unidades vendidas em abril, 49,5 mil (24%) foram para locadoras de veículos.
O presidente da Anfavea também observou que a venda de carros elétricos “se acomodou”, reduzindo de patamar, de 6,7 mil unidades em abril de 2024 para 4,7 mil em abril de 2025. Isso foi resultado da grande pressão que as montadoras tradicionais fizeram junto ao governo para aumentar as tarifas de veículos puramente elétricos e híbridos plug-in, embora nenhum carro desse tipo seja produzido no Brasil.
“Marcas estrangeiras com altos estoques continuam destinando navios abarrotados para nossos portos, adiando seus planos de produção local e ainda solicitando inaceitáveis reduções de tarifas para importação de veículos desmontados, o que afronta nosso governo, nossa indústria e nossos trabalhadores”, concluiu Calvet.
Siga o Guia do Carro no YouTube