Review: Nissan Frontier Attack agrada pelo conforto e custo-benefício 38o3i
Com quase R$ 40 mil de desconto, versão Attack da picape Nissan Frontier é valente e bonita, mas já mostra os sinais da idade do projeto 3z2mi
Com 32 anos de Brasil, a Nissan Frontier conhece bem o mercado nacional. Em um segmento dominado pelas picapes Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger, a marca japonesa sempre apostou no custo-benefício para se destacar em sua categoria. Até por isso, a picape chegou a oferecer um desconto de até R$ 38.300 na versão Attack, que testamos durante uma semana entre as cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Castelo (ES). Confira. 4x4u67
Até março deste ano, a Nissan Frontier somou 2.889 emplacamentos, ficando atrás da Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10. Como a Nissan quer aumentar as vendas da picape, é comum encontrar a Frontier com preços reduzidos na rede de concessionárias da marca. A versão Attack é oferecida oficialmente por R$ 273.290, mas conta com um preço especial de R$ 234.990 praticado no próprio site de ofertas da Nissan.
A configuração é posicionada entre as opções SE e XE, sendo uma versão intermediária com pegada mais off-road e esportiva. Na linha 2025, a Frontier Attack ganhou molduras na cor preta nos para-lamas, cor que se repete nos estribos, nas maçanetas externas e nos retrovisores. Já o para-choque traseiro ou a ser preto e o dianteiro ganhou apliques em preto para criar um aspecto de fusão com a grade.
Ela também ganhou novos grafismos, com adesivos no capô e nas laterais. As rodas de liga-leve de 17” são pintadas na cor preta e calçam pneus de uso misto. Por dentro, a base do volante ganha um aplique, inspirado no utilizado no Kicks X-Play. De resto, o design é o mesmo que estreou na última reestilização da picape, em 2022. Visualmente falando, a Nissan Frontier é um carro bem resolvido, embora já tenha alguns anos de estrada.
Até por isso, a marca japonesa apresentou um protótipo híbrido plug-in da nova geração da picape durante o Salão de Xangai, na última semana. Até o fim deste ano, a atual Nissan Frontier vendida no Brasil seguirá em produção na fábrica de Santa Isabel (Argentina). A partir de 2026, ela ará a vir do México, que vai concentrar a fabricação do modelo.
Voltando ao modelo testado, o visual da versão Attack chama bastante atenção. Caso isso seja um problema para você, é melhor optar pelas demais versões, que contam com um visual mais discreto. Por dentro, o acabamento segue o mesmo padrão das demais versões da Frontier. Ou seja, há a predominância de peças em plástico rígido, com alguns detalhes em black piano ou na cor prata.
A julgar pelo valor do carro e os concorrentes mais novos da picape, a Frontier merecia peças mais refinadas no interior. Os encaixes das peças, no entanto, são bons. A versão Attack traz uma pegada mais raiz: o volante é revestido em borracha, enquanto o de instrumentos é analógico, mas traz uma tela central de 7” colorida. O ar-condicionado também não é digital, mas é muito eficiente.
Já a central multimídia de 8” conta com Android Auto e Apple CarPlay, ambos via cabo, enquanto alguns carros mais em conta já trazem conectividade sem fio, o que evidencia a idade do projeto. Entre os itens de segurança, há seis airbags, freios ABS, controles de estabilidade e de tração. Os itens de condução semi autônoma são s às versões mais caras da Frontier.
Por outro lado, os bancos em tecido são bem confortáveis, e contam com a tecnologia Zero Gravity, que foi desenvolvida pela Nasa. Por falar em conforto, esse é um dos principais destaques da Frontier, mesmo após horas dirigindo a picape. Durante o nosso teste, também levamos algumas pessoas no banco traseiro, que também destacaram o comportamento estável da picape, que não pula mesmo com a caçamba vazia.
Mérito da boa suspensão da picape, que é do tipo double-wishbone na dianteira e multilink com molas helicoidais na traseira. A caçamba tem 1.054 litros de capacidade e pode levar até 1.027 kg de carga. No entanto, fica devendo um revestimento em plástico, que é vendido como ório por R$ 1.502.
Sem ele, os arranhões na caçamba são inevitáveis, mesmo com o máximo de cuidado na hora de colocar e retirar a carga. Sob o capô, todas as versões da Nissan Frontier trazem um motor 2.3 biturbo diesel. Na versão de entrada S, com câmbio manual de seis marchas, são 163 cv e 424 Nm. Já nas demais, que trazem um câmbio automático de sete marchas, os números são de 190 cv e 450 Nm.
A tração é 4x4 e conta com as funções 4x2 e 4x4 reduzida com acionamento por botão. Ao volante, a picape agrada bastante. Em terrenos asfaltados, o comportamento da picape se assemelha ao de um carro de eio, ainda que a posição de dirigir seja mais alta. No entanto, a direção hidráulica poderia ser um pouco mais leve e ter assistência elétrica.
A suspensão multilink filtra bem as imperfeições da pista, também em terrenos off-road. Durante o nosso teste, a Nissan Frontier encarou trechos de terra batida e com pedras, e não teve dificuldade em nenhum momento. Em determinado momento, cheguei a comparar a Frontier com a Toyota Hilux do meu primo Cleber, que enfatizou o conforto e a estabilidade da picape da Nissan.
No Espírito Santo, as picapes médias estão entre os modelos mais vendidos entre os produtores rurais. No entanto, a presença da Nissan Frontier não foi muito comum no local, que conta com a predominância da Toyota Hilux e de modelos menores, como as Fiat Strada e Toro, e a Ram Rampage.
Em resumo, a Nissan Frontier Attack agrada pela robustez, pelo visual e pelo conforto. Ela cumpre o papel de picape com maestria na hora de encarar um off-road e levar carga na caçamba, sem deixar de lado o conforto a bordo. No entanto, o modelo já mostra os sinais da idade ao considerarmos a falta de alguns itens de tecnologia mais avançados e o acabamento interno mais simples, que merecia materiais mais refinados.
A versão Attack também poderia trazer alguns itens extras, mas a ausência deles é justificada pelo bom custo-benefício da picape quando comparada às concorrentes. Até por isso, ela se mostra uma boa opção no segmento de picapes médias, ainda mais para quem quer se destacar da trinca Hilux-Ranger-S10.
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