Demitida pelo WhatsApp, funcionária sorteada com carro recebeu veículo usado e com problemas, diz defesa; dono de empresa foi preso pela PF 2h2j6a
Larissa teria arcado com valor de manutenção do veículo e teve carro tomado de volta pela empresa. Advogado alega ter sofrido ameaças 65x4b
Após ganhar um carro em um sorteio interno da Quadri Contabilidade, a ex-funcionária Larissa Amaral afirma ter recebido o veículo com defeitos e ter arcado com custos altos de manutenção, mas, mesmo assim, a empresa pegou o automóvel de volta ao demiti-la por WhatsApp. 131d52
O caso, que aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo, ganhou novos contornos após o dono da Quadri Contabilidade, alvo de investigação da Polícia Federal por tráfico internacional de drogas, ter sido preso por posse ilegal de arma nesta terça-feira, 29.
De acordo com o advogado de Larissa, que preferiu não ter o nome divulgado por motivos de segurança, o Jeep Com, modelo 2017, era usado e apresentava diversos problemas mecânicos. “Ela foi gastando e, aí, ela não conseguiu bancar o carro”, relatou. Estima-se que a ex-funcionária tenha arcado com cerca de R$ 10 mil em consertos.
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A empresa justificou a retomada do carro alegando que Larissa teria descumprido as regras do sorteio — entre elas, a proibição de vender ou alugar o bem. Mas, segundo a defesa, essas cláusulas eram vagas, não foram previamente entregues à funcionária, nem mesmo continham uma proibição clara: “Não tem nenhuma cláusula para falar que não pode locar. E ainda era pra bancar os defeitos do carro”.
O contrato do sorteio, segundo o advogado, só foi assinado no dia da entrega do veículo e sequer era registrado oficialmente: “O sorteio não era registrado na Caixa, por mais que ele seja interno e o carro estava em nome de terceiro, com um sinistro registrado”.
Demissão e ameaças z3o1s
Após relatar os problemas com o veículo à empresa, Larissa foi demitida. A dispensa ocorreu, segundo prints enviados pela defesa, por meio de mensagem de WhatsApp. A defesa analisa a possibilidade de pedir indenização por danos morais.
Houve tentativa de acordo entre as partes, mas ele não foi concretizado. A empresa exigiu que Larissa emitisse uma nota de esclarecimento itindo suposta culpa, o que ela recusou. “Ela achou muito humilhante, achou que não era por causa de nenhum dinheiro que ia se sujeitar a isso”.
Após a recusa, vieram as ameaças. Segundo o advogado, ele, uma testemunha do caso e até um ex-empregador sofreram intimidações. “Ameaçou terceiros também, uma outra empresa que prestava serviço, que até me demitiu”, revelou. Boletins de ocorrência foram registrados no 7º Distrito Policial de Santos, onde o caso já resultou na abertura de inquérito por apropriação indevida do veículo. Larissa não sofreu ameaças.
Dono da empresa foi preso 42l47
Nesta terça-feira, 29, o dono da empresa, Rodrigo Morgado, foi preso pela Polícia Federal por posse ilegal de arma. Ele já era investigado em um processo por envolvimento com tráfico internacional de drogas.
A defesa de Larissa diz que agora, com a prisão, se sente mais segura para apresentar provas e continuar o caso na Justiça. “A gente agradece demais a mídia, porque salvou nossas vidas”, concluiu o advogado.
O Terra tentou contato com a Quadri Contabilidade para pedir um posicionamento, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. Nas redes sociais, a empresa chegou a emitir posicionamentos sobre o sorteio do veículo, mas apagou as publicações. Rodrigo Morgado também deletou as próprias publicações nas redes sociais em que fazia menção ao caso.