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Guilherme Mazieiro 6ll1e

Cérebro da gestão Bolsonaro, Braga Netto comandou crise de covid, reeleição e golpe t445p

O primeiro general 4 estrelas preso no Brasil ficará detido no mesmo pelotão que já comandou em 2016. 4j2d6x

14 dez 2024 - 10h33
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General da reserva Walter Braga Netto (PL) foi preso na manhã desta sábado, 14, pela Polícia Federal.
General da reserva Walter Braga Netto (PL) foi preso na manhã desta sábado, 14, pela Polícia Federal.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

A Polícia Federal prendeu neste sábado, 14, o homem forte do governo Jair Bolsonaro (PL), general Walter Braga Netto (PL). Indiciado por tentativa de golpe de Estado, o militar foi o cérebro do governo ado. Sobre sua mesa correram decisões institucionais e ilegais que serão contadas nos livros de História do Brasil.  34r62

Ele é o primeiro general de quatro estrelas preso na história do Brasil - posto mais alto na carreira - e ficará preso no mesmo pelotão que comandou em 2016, Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.

Como ministro da Casa Civil, comandou e decidiu sobre compra de vacinas, a crise de oxigênio em Manaus e importação de cloroquina. No comando do Ministério da Defesa, a participação do Exército no processo eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como político filiado ao PL, foi vice na chapa de reeleição de Bolsonaro e um dos coordenadores da campanha com os partidos do centrão, PP e Republicanos. 

Nas tramas ilegais em que esteve à frente, como mostra a Polícia Federal, foi quem aprovou, em reunião no dia 12 de dezembro de 2022, na sua casa em Brasília, o plano para matar Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, pressionou generais para aderirem ao golpe que ele coordenou e estruturou.

As investigações mostraram que em arquivos guardados na sede do PL, na mesa do seu braço direito, o coronel Flávio Peregrino, havia um roteiro com detalhes do o a o para concretizar o golpe, a transição e a efetiva estabilização do novo governo ilegal.

No inquérito do golpe militar, a PF destaca que ele teve "participação concreta" na tentativa de golpe. Junto do general Augusto Heleno, seria o coordenador de um gabinete de crise ligado à Presidência a fim de realizar novas eleições.

A investigação apontou que naquele dezembro de 2022, Braga Netto participou de uma ofensiva para pressionar os comandantes da Aeronáutica e do Exército a aderirem ao plano. A estratégia de "milícia digital" além de pressionar, xingou colegas e familiares dos fardados. E isso, mais do que as ilegalidades golpistas, criou alguma indisposição com seus pares.

Mas o que deu condições para a prisão do poderoso político e militar Braga Netto? Segundo nota da PF na manhã deste sábado, o general estaria atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal. Mas um ponto nessa história é importante, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, em fevereiro de 2023, que determinou que qualquer pessoa - militar ou não - envolvida no 8/1 seria investigada pela Polícia Federal e julgada no Supremo, não na Justiça Militar.

À época, em conversas com a cúpula da PF, ouvi que essa decisão era fundamental para autonomia da investigação e que a lei chegaria a quem quer que fosse, seja um criminoso de farda ou não.

Por ser peça chave no plano de golpe e não ter sido preso, não foi surpresa para o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei os Rodrigues, a pergunta feita por jornalistas durante um café da manhã no dia 4 de dezembro deste ano:

“Por que o general Braga Netto não foi preso">O cérebro do governo Jair Bolsonaro foi preso em um dia 14 de dezembro, data do aniversário de Dilma Rousseff (PT), que fora presa e torturada pela Ditadura Militar (1964-1985) que Braga Netto saudava. E um dia após o aniversário do AI-5, ato mais gravoso da Ditadura. Dessa história toda, a única coincidência está nas datas que citei neste parágrafo. O restante, caberá a Braga Netto e seus advogados explicarem.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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