Corpo de papa já explodiu em funeral após técnica de conservação falhar 6q581c
Médico que realizou procedimento foi expulso do Vaticano 6r6z3x
O corpo do papa Pio XII explodiu durante seu funeral em 1958 devido a uma técnica de embalsamamento falha, levando à expulsão do médico responsável pelo Vaticano e marcando a história como um episódio embaraçoso.
A morte do papa Francisco, na última segunda-feira, 21, comoveu fiéis ao redor do mundo. Com ela, episódios de mortes de pontífices voltam à discussão, como o caso do papa Pio XII, cujo corpo chegou a explodir durante o cortejo fúnebre, em 1958, após uma técnica de embalsamamento fracassada. 3i2p1a
O episódio trágico, causado pelo acúmulo de gases corporais sob o calor do Mediterrâneo e a ineficiência do método escolhido, ainda hoje é considerado um dos momentos mais embaraçosos da história recente do Vaticano.
Diferentemente dos rituais atuais, o caso de Pio XII foi marcado por uma falha histórica. Eugenio Pacelli, nome de batismo do pontífice, havia falecido aos 82 anos após liderar a Igreja em períodos delicados como a Segunda Guerra Mundial. A responsabilidade por embalsamar o corpo foi entregue a Riccardo Galeazzi-Lisi, médico pessoal do papa, de acordo com um artigo da época publicado pelo The New York Times.
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Galeazzi-Lisi decidiu utilizar um método próprio, inspirado no embalsamamento da Antiguidade, que dispensava incisões e usava óleos aromáticos, resinas e uma película de celofane ao redor do cadáver.
A técnica, porém, falhou completamente. Ainda durante o traslado do corpo em procissão à Arquibasílica de São João de Latrão, em Roma, o cadáver explodiu dentro do caixão, conforme a reportagem do Times, que afirma que os presentes puderam ver a cena.
Galeazzi-Lisi tentou embalsamar novamente o corpo na mesma noite, mas a decomposição havia começado. No dia seguinte, quando foi exposto na Basílica de São Pedro, o corpo estava em avançado estado de putrefação e foi descrito pela reportagem como de cor "verde-esmeralda". Guardas que faziam a vigília chegaram a desmaiar devido ao odor.
Galeazzi-Lisi foi expulso do Vaticano por ordem de João XXIII, sucessor de Pio, sendo até hoje o único indivíduo oficialmente banido da Cidade do Vaticano. Ele também acabou expulso do Conselho Médico Italiano, ainda que tenha sido posteriormente reintegrado. O médico morreu em 1968, aos 77 anos.
Atualmente, os procedimentos de preparação e conservação de cadáveres são mais técnicos e seguros. A tanatopraxia, segundo definição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é o nome dado ao conjunto de técnicas de higienização, preparação e conservação de corpos com o objetivo de retardar a decomposição natural. Ao contrário das práticas experimentais adotadas por Galeazzi-Lisi, a tanatopraxia moderna é aplicada com base científica e protocolos rigorosos, o que evita episódios como o do papa Pio XII.
Nesta sexta-feira, 25, fiéis voltam a se reunir na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para se despedir de Francisco. O rito de fechamento do caixão acontecerá às 20h (horário local), antecedendo a chamada “terceira estação” — a do sepultamento — e marcará oficialmente a despedida do pontífice, que será sepultado no sábado, 26, pela manhã. Os fiéis têm até às 15h (horário de Brasília) desta sexta-feira para prestarem uma última homenagem ao pontífice diante do caixão aberto.