Script = https://s1.trrsf.com/update-1747831508/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

As Principais Notícias da Europa 5b1k6u

Entre segurança e estigmatização: o dilema francês sobre o islamismo político 6k1a16

Uma reunião do Conselho de Defesa ocorrida na quarta-feira (21) no Palácio do Eliseu para discutir um relatório confidencial sobre a influência da Irmandade Muçulmana no território francês gera intenso debate na imprensa local. Esse movimento islamista, fundado no Egito em 1928, é suspeito de envolvimento em práticas terroristas e, no caso da França, de aplicar uma estratégia de infiltração discreta na sociedade, especialmente por meio da educação, de associações locais e redes sociais. 5a3c5v

22 mai 2025 - 14h52
Compartilhar
Exibir comentários

Uma reunião do Conselho de Defesa ocorrida na quarta-feira (21) no Palácio do Eliseu para discutir um relatório confidencial sobre a influência da Irmandade Muçulmana no território francês gera intenso debate na imprensa local. Esse movimento islamista, fundado no Egito em 1928, é suspeito de envolvimento em práticas terroristas e, no caso da França, de aplicar uma estratégia de infiltração discreta na sociedade, especialmente por meio da educação, de associações locais e redes sociais. 5a3c5v

França tenta proteger seus valores republicanos, sem estigmatizar a religião islâmica, que é amplamente praticada no país (imagem ilustrativa).
França tenta proteger seus valores republicanos, sem estigmatizar a religião islâmica, que é amplamente praticada no país (imagem ilustrativa).
Foto: © Loïc Venance / AFP / RFI

A convocação de um Conselho de Defesa é, normalmente, reservada a questões de segurança nacional. Por isso, a iniciativa do presidente Emmanuel Macron provocou reações críticas de partidos de esquerda. Parlamentares socialistas e da sigla França Insubmissa denunciaram mais um sinal de "islamofobia" nas altas esferas do Estado em relação aos ses de confissão muçulmana.

Na avaliação desses partidos, ao dar relevância ao assunto, Macron tenta agradar à extrema direita, que dispõe de uma grande bancada na Assembleia e se tornou central para a aprovação de projetos do governo. 

O relatório 2v2x2l

O relatório, elaborado por dois especialistas, apresenta um panorama preocupante, mas equilibrado. O documento não aponta para uma ameaça violenta ou revolucionária, mas sim para um trabalho de longo prazo da Irmandade Muçulmana, que busca construir ecossistemas comunitários em certas regiões urbanas do território francês. Também destaca a crescente influência sobre os jovens, especialmente por meio de escolas privadas muçulmanas e da internet.

Embora reconheça a gravidade do tema, Macron considerou que as primeiras propostas dos ministérios envolvidos na investigação foram insuficientes. O presidente solicitou ao ministro do Interior, o ultraconservador Bruno Retailleau, um novo plano de ação para junho, refletindo tanto a complexidade do problema quanto as tensões políticas sobre como enfrentá-lo.

Análise da imprensa 1u3e3o

Segundo o texto provisório de 75 páginas que o jornal Le Monde pôde consultar, houve uma preocupação em remover os nomes da maioria das pessoas entrevistadas por razões de segurança, mas também para proteger os serviços de inteligência estrangeiros que contribuíram para a elaboração do relatório. Até mesmo os nomes dos dois autores — um diplomata, ex-embaixador na Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Líbia e Tunísia, e um alto funcionário do Estado francês — que haviam sido tornados públicos pelo Ministério do Interior na época da encomenda, foram apagados no momento da publicação.

O papel dos Emirados Árabes Unidos 2c4339

Na avaliação do Le Monde, "o relatório é amplamente inspirado pelos Emirados Árabes Unidos, que travam uma guerra obsessiva contra a Irmandade Muçulmana em todo o mundo". O documento também incorpora teses polêmicas, como as da pesquisadora Florence Bergeaud-Blackler, que popularizou o conceito de "separatismo islâmico", e de Gilles Kepel, idealizador do "jihadismo atmosférico".

Ao analisar o que vazou da reunião no palácio presidencial, o jornal Le Parisien adota uma abordagem moderada, destacando a prudência dos autores do relatório e alertando contra generalizações entre islamismo político e fé islâmica. 

Já o jornal Le Figaro, de linha mais conservadora, adota um tom mais alarmista, enfatizando a gravidade da ameaça e defendendo medidas mais duras, como a criação de um ministério público istrativo e o bloqueio de recursos financeiros de organizações islâmicas suspeitas.

Desafio das autoridades 3q4j3k

A França enfrenta um desafio delicado: proteger sua coesão nacional e seus valores republicanos, sem estigmatizar a religião islâmica, que é amplamente praticada no país. O debate é intenso, as análises divergem, e as decisões futuras podem marcar um ponto de virada na forma como o Estado francês lida com o islamismo político.

RFI A RFI é uma rádio sa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade