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Mais de 1.100 migrantes chegam ao Reino Unido em um único dia pelo Canal da Mancha o4b1g

Mais de 1.100 migrantes cruzaram o Canal da Mancha e desembarcaram no Reino Unido no último sábado (31), marcando o maior número registrado em um único dia em 2025 e aumentando a pressão interna da extrema direita sobre o governo do primeiro-ministro britânico Keir Starmer para conter esse tipo de travessia. Segundo dados oficiais, as autoridades identificaram 1.194 migrantes em 18 embarcações diferentes. Desde janeiro, já são 14.808 pessoas que chegaram ao país por essa rota. 391v1x

1 jun 2025 - 11h29
(atualizado às 11h53)
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Mais de 1.100 migrantes cruzaram o Canal da Mancha e desembarcaram no Reino Unido no último sábado (31), marcando o maior número registrado em um único dia em 2025 e aumentando a pressão interna da extrema direita sobre o governo do primeiro-ministro britânico Keir Starmer para conter esse tipo de travessia. Segundo dados oficiais, as autoridades identificaram 1.194 migrantes em 18 embarcações diferentes. Desde janeiro, já são 14.808 pessoas que chegaram ao país por essa rota. 3m2c38

Foto ilustrativa: Um migrante sudanês na areia após deixar o barco de um traficante, que foi esvaziado por policiais ses para impedir a travessia da Mancha. A cena aconteceu na praia de Gravelines, perto de Dunkerque, no norte da França, em 26 de abril de 2024.
Foto ilustrativa: Um migrante sudanês na areia após deixar o barco de um traficante, que foi esvaziado por policiais ses para impedir a travessia da Mancha. A cena aconteceu na praia de Gravelines, perto de Dunkerque, no norte da França, em 26 de abril de 2024.
Foto: AFP - SAMEER AL-DOUMY / RFI

Trata-se de um número sem precedentes apesar das medidas adotadas por Londres e Paris para tentar frear essas travessias perigosas. O recorde absoluto de migrantes em um só dia ocorreu em setembro de 2022, quando 1.305 pessoas desembarcaram em solo britânico. Naquele ano, o total foi de 45.774. Em 2023, houve uma redução nas travessias ilegais (36.800), mas os dados mais recentes indicam uma nova alta em 2025.

Diante da pressão exercida pelo partido de extrema direita Reform UK, de orientação anti-imigração, o governo trabalhista prometeu intensificar o combate à imigração ilegal. Um novo projeto de lei sobre o controle das fronteiras está em análise no Parlamento inglês, prevendo mais poderes para a polícia agir contra as redes de tráfico de pessoas.

O Reino Unido também firmou acordos com países de origem ou de trânsito de migrantes, como Iraque, Alemanha, Sérvia e Kosovo, e avalia enviar solicitantes de asilo rejeitados para "centros de retorno" localizados em terceiros países. "Este governo elaborou um plano sério para enfrentar os traficantes em cada etapa do processo", afirmou um porta-voz do Ministério do Interior britânico.

"Vergonha nacional" 5d5dj

"O nosso país está em perigo", escreveu o líder de extrema direita do Reform UK, Nigel Farage, nas redes sociais. Já o deputado conservador Chris Philp, responsável por questões migratórias dentro do Partido Conservador, classificou o episódio como um "dia da vergonha" — expressão reproduzida pelo tabloide The Sun.

O ministro da Defesa do Reino Unido, John Healey, disse à Sky News que as cenas do fim de semana foram "chocantes". Segundo ele, há um acordo com a França para modificar os métodos de atuação na costa e o foco agora é garantir sua aplicação prática, de modo a interceptar os traficantes e impedir os migrantes de embarcar.

Em fevereiro, Londres e Paris renovaram até 2027 um acordo bilateral de cooperação para combater a imigração ilegal, no qual o Reino Unido financia parte das ações de fiscalização conduzidas pelas autoridades sas.

Na ocasião, o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, defendeu uma mudança de abordagem que permita interceptar barcos já em alto-mar — estratégia voltada a combater os chamados "táxi-barcos", que embarcam migrantes diretamente na água, contornando os bloqueios nas praias.

Desde o início de 2025, ao menos 15 pessoas morreram durante a travessia do Canal da Mancha, segundo dados oficiais. Em 2024, o número de mortos chegou a 78, o pior saldo desde que o fenômeno se intensificou na região, em 2018.

Contexto francês: travessias, críticas e imes 1p4u6g

A costa norte da França, especialmente nas regiões de Calais, Dunquerque e Boulogne-sur-Mer, continua sendo o principal ponto de partida de migrantes rumo ao Reino Unido. Essas áreas se tornaram verdadeiros epicentros da crise migratória no Canal da Mancha, com frequentes aglomerações de migrantes em acampamentos improvisados nas proximidades das praias, à espera de condições favoráveis para a travessia.

Operações de resgate na costa sa 1362r

Do lado francês, as autoridades marítimas informaram que resgataram 184 pessoas no Estreito de Pas-de-Calais entre a noite de sexta-feira (30) e a tarde de sábado (31), em diferentes operações: 78 foram socorridas perto de Fort-Mahon, 61 nas proximidades de Wimereux após uma pane no motor, nove nas águas de Grand-Fort-Philippe após um pedido de ajuda, e outras 36 perto de Dunquerque.

Contudo, imagens mostrando policiais ses presenciando a partida de migrantes a partir das praias sem intervir causaram indignação no Reino Unido, especialmente na imprensa conservadora. As autoridades sas ressaltam que, conforme o direito marítimo, só podem agir em operações de resgate quando as embarcações já estão em alto-mar.

Atritos com o Reino Unido 491o6g

Apesar da intensificação das patrulhas e da vigilância aérea, as autoridades sas enfrentam limitações legais: pela legislação marítima internacional, elas só podem agir para resgatar vidas em perigo, e não para impedir partidas quando os migrantes já estão em embarcações na água. Essa situação gera atritos diplomáticos com o Reino Unido, que pressiona Paris por uma postura mais firme.

No contexto político francês, o tema é altamente sensível. A extrema direita, representada pelo partido Reunião Nacional, (RN), de Marine Le Pen, explora essas travessias para reforçar seu discurso de controle rígido das fronteiras. Ao mesmo tempo, os governos ses, sejam de direita ou centro-esquerda, têm adotado medidas mistas: repressão aos traficantes, acordos com países terceiros e assistência humanitária pontual.

Além disso, há forte tensão entre autoridades locais, associações humanitárias e o governo central. Prefeituras de cidades costeiras criticam a falta de apoio para lidar com os acampamentos de migrantes, enquanto organizações como Médicos Sem Fronteiras e o Secours Catholique denunciam as condições precárias e as ações policiais que frequentemente desmontam à força os abrigos improvisados.

Vale destacar que a França, por sua posição geográfica e histórica como porta de entrada da União Europeia, ocupa um papel estratégico e ambíguo na crise migratória: ao mesmo tempo em que é ponto de agem, também é palco de conflitos políticos, humanitários e diplomáticos envolvendo as políticas de migração da Europa Ocidental.

RFI A RFI é uma rádio sa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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