Fila por comida termina em massacre: ataque do exército israelense deixa 31 mortos no sul de Gaza 525p5g
Pelo menos 31 pessoas morreram no ataque ocorrido na manhã deste domingo (1º), em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O ataque aconteceu nas proximidades de um centro de distribuição de alimentos operado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma empresa privada com apoio de Israel e dos Estados Unidos. Este é o segundo incidente fatal grave envolvendo as operações dessa entidade, criticada por organizações humanitárias internacionais. s5f2w
Pelo menos 31 pessoas morreram no ataque ocorrido na manhã deste domingo (1º), em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O ataque aconteceu nas proximidades de um centro de distribuição de alimentos operado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma empresa privada com apoio de Israel e dos Estados Unidos. Este é o segundo incidente fatal grave envolvendo as operações dessa entidade, criticada por organizações humanitárias internacionais. s5f2w
Milhares de pessoas já aguardavam desde o amanhecer por comida, neste domingo (1º), perto de um dos dois centros da GHF em Rafah, no sul do enclave. Algumas caminharam durante toda a noite a partir do centro da Faixa de Gaza, pois os alimentos têm entrado em quantidade extremamente limitada desde o bloqueio imposto por Israel em março de 2025.
Drones e tanques 51b1v
De repente, segundo testemunhas e a Defesa Civil palestina, o exército israelense disparou com drones e tanques. Várias pessoas morreram na hora; outras perderam a vida após serem levadas ao hospital. É a segunda vez que civis morrem perto de um ponto de distribuição da GHF, uma organização sem experiência prévia na área humanitária.
A primeira vez foi na última segunda-feira: dois mortos e dezenas de feridos. Em ambos os casos, o exército israelense nega que tenha atirado com a intenção de matar. Essas tragédias poderiam ser evitadas se a ajuda voltasse a ser distribuída em larga escala em Gaza.
No entanto, a possibilidade de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas ficou mais distante ontem, depois que os Estados Unidos consideraram inaceitável a resposta do Hamas à proposta norte-americana. O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, também afirmou que a resposta do Hamas "representa um retrocesso no processo".
"100% da população ameaçada de fome" 3t6l66
Segundo a ONU, "100% da população" de Gaza está "ameaçada de fome" após mais de dois meses de bloqueio humanitário, parcialmente aliviado por Israel apenas na semana ada, de acordo com a AFP. Mais de 54.321 palestinos, em sua maioria civis, foram mortos na campanha militar israelense de retaliação, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, considerados confiáveis pelas Nações Unidas.
Em comunicado, o grupo palestino Hamas declarou no sábado (31) ter enviado sua resposta a uma proposta norte-americana de cessar-fogo com Israel. Na proposta, que prevê a suspensão das hostilidades por 60 dias na Faixa de Gaza, o Hamas se compromete a libertar reféns israelenses com vida. No entanto, para o enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Steve Witkoff, essa resposta é "totalmente inaceitável".
No comunicado, o Hamas informa que, como parte do acordo, libertará 10 reféns vivos e entregará a Israel os corpos de 18 reféns mortos, em troca da libertação de um número ainda a ser definido de prisioneiros palestinos. A decisão foi tomada "após uma série de consultas e por profunda responsabilidade diante do sofrimento do nosso povo", conforme declarou o grupo.
"O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) apresentou hoje sua resposta à proposta mais recente do enviado norte-americano Steve Witkoff aos mediadores", informou o grupo em nota. "Como parte deste acordo, dez prisioneiros vivos detidos pela resistência serão libertados, além da devolução de 18 corpos, em troca de um número previamente acordado de prisioneiros palestinos detidos por Israel", acrescentou.
Os Estados Unidos haviam informado, no início da semana, que receberam o aval de Israel à proposta. Na sexta-feira, o presidente Donald Trump declarou que um acordo de cessar-fogo em Gaza estava "muito próximo".
Israel, no entanto, vê a resposta do Hamas como uma rejeição à proposta, segundo o correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paul. Isso porque o grupo islâmico afirma que a proposta dos Estados Unidos visa "estabelecer um cessar-fogo permanente, a retirada total da Faixa de Gaza e garantir o envio de ajuda" à população local. O Hamas espera assim encerrar de forma definitiva as hostilidades no território palestino.
(RFI com AFP)