Como a Geração Z enxerga os relacionamentos e por que namorar é tão difícil para eles? 3f5g51
Focados em alcançar objetivos pessoais, bem como estabilidade financeira, os jovens evitam entrar em relações sérias, que demandam esforço 4s251q
No livro 'Amor líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos', o filósofo Zygmunt Bauman nos apresentou a um tipo de vínculo frágil e fluído, que começa e termina com facilidade. Na atualidade, a explicação de 2003, remete diretamente à forma com a qual a Geração Z se relaciona. Esses adultos e jovens estão se mantendo cada vez mais afastados de relações sérias e duradouras, como o namoro. Eles dão preferência para conexões casuais ou, até mesmo, a solteirice. Mas qual é a raiz desse comportamento? 2cl3p
Por que a Geração Z não namora? 2c5t6q
De acordo com especialistas, diferentes fatores fazem com que as pessoas escolham permanecer sozinhas. Um deles é a vontade de focar em si e alcançar os próprios objetivos, bem como estabilidade financeira. Além disso, os jovens relatam sentir constantemente que o tempo é escasso e, por isso, preferem destiná-lo aos estudos ou à vida profissional.
"Em suma, é a correria do cotidiano e essa questão de a gente se acostumar com a nossa própria solitude. Quando penso que vou ter que demandar um período para outra pessoa e dar uma atenção que, às vezes, nem consigo dar para mim mesmo, eu não quero namorar", contou Ewerton Duarte, de 22 anos, ao 'g1'.
A tecnologia também têm influenciado os relacionamentos, principalmente ao afetar a comunicação. Profissionais explicam que os celulares e aplicativos tiraram a profundidade das relações, impossibilitando a formação de vínculos reais. "Os jovens se encontram menos, falam menos ao telefone e constroem conexões por meio de mensagens curtas", explica a psicóloga Ana Carolina Figueiredo Peixoto, em entrevista ao 'Terra'.
Esse cenário, por conseguinte, dificulta a possibilidade dos membros da Geração Z entrarem em uma relação ou até chegarem a tentar investir em algo mais sério. "São muitas informações novas o tempo todo, tornando as coisas muito superficiais. É tudo muito rápido, muito descartável. Isso me fez querer desacelerar e olhar mais para dentro", disse Julia de Oliveira, de 27 anos, para o portal de notícias.
Afinal, como os jovens relacionam? 2e59j
Focados na individualidade e com a consciência de que poucos buscam compromisso, os indivíduos costumam aderir a relacionamentos casuais, como o aberto. Eles também optam por não rotular as conexões. Nessas relações, conhecidas como "ficar" ou pelo termo 'situationship', os casais se encontram somente quando querem, não precisam conhecer os familiares um do outro e, muitas vezes, não garantem exclusividade.
Segundo Peixoto, assim, há mais praticidade, do que afeto. Para a especialista, os aplicativos de namoro facilitam esses tipos de vínculos, que se adequam as novas prioridades da Geração Z. "Muitos jovens priorizam convívios informais ou por permanecer solteiros, buscando autonomia e flexibilidade", afirma.