PRF parou ônibus na eleição de 2022 a mando de ministro, afirma ex-diretor 55196b
Em depoimento à Justiça nesta terça-feira (27), Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), revelou que a ordem para realizar blitz em ônibus rumo ao Nordeste durante as eleições de 2022 partiu do Ministério da Justiça. 1a576s
Segundo o depoente, o foco da fiscalização era identificar transporte irregular de eleitores e de dinheiro, especialmente em ônibus saindo de São Paulo e do Centro-Oeste. Moura negou qualquer intenção de impedir o o de eleitores às urnas.
As declarações foram prestadas no âmbito da ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado. O processo envolve integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre eles o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
"Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de SP e da região Centro-Oeste com destino ao Nordeste com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela PF", afirmou Moura. "Em mais de 60% dos veículos, não demorou mais de 15 minutos", completou.
A PRF atuou de forma parcial nas eleições? 4s2e5v
Durante a audiência, o ex-diretor confirmou que a Secretaria de Operações Integradas participou das discussões que levaram às blitz, realizadas por orientação da chefia do ministério. A operação foi articulada em reunião no próprio Ministério da Justiça.
Um servidor da PRF relatou que a inteligência da corporação foi acionada por ordem direta de Moura. A motivação, segundo ele, era reforçar a fiscalização de ônibus e vans no período eleitoral.
Em depoimento, Moura também afirmou que o então ministro Anderson Torres pediu que a Polícia Federal e a PRF se "empenhassem o máximo possível" na fiscalização durante o pleito. A ideia seria coibir irregularidades como o transporte de dinheiro e o uso indevido de veículos para mobilização eleitoral.
Apesar das acusações, o ex-diretor rejeitou que a operação tivesse qualquer conotação política.
Testemunhas e denúncia da PGR j6z5r
Além de Moura, outras 24 testemunhas indicadas por Torres serão ouvidas nesta semana pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Estão entre elas os delegados Braulio do Carmo Vieira, Luís Flávio Zampronha, Alberto Machado, George Estefani de Souza, Caio Rodrigo Pellim e o ex-diretor da Abin Saulo Moura da Cunha. Na véspera, foram ouvidos nomes da defesa do ex-ministro Augusto Heleno.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, em 26 de março, Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas. A acusação inclui tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Segundo a PGR, o grupo agiu de forma coordenada para impedir que o resultado da eleição presidencial de 2022 fosse cumprido. Entre os líderes do esquema estariam Bolsonaro e o ex-candidato a vice Braga Netto.
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