Farinha chega a Gaza com flexibilização de bloqueio, mas grupos de ajuda pedem mais 2l6l3n
Farinha e outros itens de ajuda humanitária começaram a chegar a algumas das áreas mais vulneráveis de Gaza nesta quinta-feira após Israel permitir a agem de alguns caminhões, mas nem de longe o suficiente para compensar a escassez causada por um bloqueio de 11 semanas, disseram autoridades palestinas. 336t6d
Muitos outros caminhões ainda estavam na fronteira, e as pessoas ainda esperavam para receber alimentos em meio a temores de que multidões desesperadas tentassem saquear os veículos quando chegassem, alertou o Crescente Vermelho Palestino.
Israel disse que permitiu a entrada de 100 caminhões transportando alimentos para bebês e equipamentos médicos no enclave na quarta-feira, dois dias depois de anunciar seu primeiro relaxamento das restrições sob crescente pressão internacional.
"A farinha chegou do Programa Mundial de Alimentos (ONU) e começamos a trabalhar imediatamente", disse o padeiro Ahmed Al-Banna enquanto pães achatados avam em uma esteira rolante atrás dele em sua base em Deir al-Balah nesta quinta-feira.
As padarias do sul do enclave acenderam os fornos que estavam parados há dois meses, acrescentou.
"Se Deus quiser, as padarias do norte de Gaza logo voltarão a funcionar."
Israel impôs o bloqueio a todos os suprimentos em março, dizendo que o Hamas estava se apoderando das entregas para seus combatentes -- acusação que o grupo nega. A ONU disse que um quarto dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza corre risco de fome extrema.
O ministro da saúde palestino disse que 29 crianças e idosos haviam morrido por causas relacionadas à inanição em Gaza nos últimos dias e que muitos outros milhares estavam em risco.
Israel defendeu repetidamente seus controles sobre a ajuda em Gaza, dizendo que os relatos de grupos de ajuda sobre a fome extrema generalizada eram exagerados e negando as acusações.
A distribuição de pão estava prevista para ter início mais tarde nesta quinta-feira, disse à Reuters Amjad al-Shawa, diretor da Rede de Organizações Não-Governamentais Palestinas em Gaza.
Segundo ele, apenas 90 caminhões haviam ado por lá. "Durante o cessar-fogo, 600 caminhões costumavam entrar todos os dias, o que significa que a quantidade atual é uma gota no oceano, nada", afirmou.
Padarias apoiadas pelo Programa Mundial de Alimentos produziriam o pão e a equipe da agência o distribuiria -- um sistema mais controlado do que anteriormente, quando as padarias o vendiam diretamente ao público a um custo baixo, acrescentou.
O presidente do Crescente Vermelho Palestino, Younis Al-Khatib, disse que muitos caminhões ainda estavam na fronteira em Karem Shalom e que havia o risco de violência e saques quando eles chegassem.
"Nenhum civil recebeu nada ainda", relatou. "É muito difícil esconder a correria ou os saques que vão acontecer."
Na noite de quarta-feira, meninos e jovens se reuniram após a chegada de um veículo na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, mas se mantiveram afastados enquanto homens, alguns armados, vigiavam o descarregamento dos sacos.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que havia recebido um caminhão de suprimentos médicos para reabastecer seu hospital de campanha em Rafah, mas era necessário mais.
"Um pequeno número de caminhões é lamentavelmente inadequado. Somente o fluxo rápido, desimpedido e sustentado de ajuda pode começar a atender ao escopo completo das necessidades no local", acrescentou a organização em um comunicado.
