Governo brasileiro pede para Israel não ampliar ofensiva militar em Gaza k1j3v
Israel aprovou ação que inclui a 'conquista' do território palestino e uma pressão para que seus residentes se desloquem para o sul 5uo4s
O governo brasileiro expressou, nesta quinta-feira, 8, "grave consternação" com a aprovação, em Israel, de um plano de expansão da ofensiva militar na Faixa de Gaza. 14bp
Na segunda-feira, 5, o gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para expandir as operações militares em Gaza, incluindo a "conquista" do território palestino e uma pressão para que seus residentes se desloquem para o sul.
"Tendo em vista que uma escalada militar poderá prejudicar as negociações para cessação das hostilidades e liberação dos reféns, o Brasil exorta Israel a abster-se da implementação do referido plano", escreveu o governo brasileiro em nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores.
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"Qualquer operação israelense que resulte no deslocamento de civis agravaria, ainda mais, a trágica situação humanitária, assim como o quadro de mortes e destruição no Estado da Palestina", acrescentou.
O governo brasileiro ressaltou ainda a obrigação de Israel de garantir prestação continuada de serviços básicos e assistência humanitária em Gaza, renovando seu apelo pela entrada desimpedida de suprimentos essenciais no território palestino.
Dados da Rede de ONGs Palestinas (PGO) apontam que 91% dos habitantes da Faixa de Gaza estão em crise de insegurança alimentar, enquanto 345.000 pessoas estão no nível mais extremo de fome.
Expansão da ofensiva militar 1z3o34
Segundo o gabinete de segurança de Israel, “o plano incluirá, entre outras coisas, a conquista da Faixa de Gaza e a posse dos territórios, movendo a população de Gaza para o sul para sua proteção. Israel já controla cerca de metade do território palestino, incluindo uma zona tampão ao longo da fronteira, bem como três corredores que cortam Gaza de leste a oeste.
A estratégia foi aprovada por unanimidade e também inclui "ataques poderosos contra o Hamas", sem especificar a natureza da ofensiva, e a "possibilidade de distribuição humanitária" em Gaza, que está sob total bloqueio desde 2 de março.
De acordo com a autoridade israelense, o desbloqueio da ajuda humanitária poderia ser operado como forma de evitar que o Hamas assuma o controle dos suprimentos no território.
Segundo fonte ouvida pela agência de notícias AFP, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também "continua a promover" a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deslocar habitantes de Gaza para países vizinhos, como a Jordânia ou o Egito.
Os dois países, juntamente com outros aliados árabes, governos de todo o mundo e a própria população palestina, rejeitaram a ideia. Apesar disso, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, informou em fevereiro que uma agência especial seria criada para a "saída voluntária" dos habitantes de Gaza.