Remaster de Warhammer 40K: Space Marine moderniza sem apagar o peso do original 1v2c52
Com campanha intensa, multiplayer completo e boas melhorias, remasterização oferece uma nova porta de entrada para o universo da franquia 221l37
O ano de 2025 tem sido marcado por anúncios repentinos e lançamentos relâmpago. Depois da chegada inesperada do remaster de The Elder Scrolls IV: Oblivion, outro nome voltou ao radar no mesmo ritmo: Warhammer 40K: Space Marine. O clássico da era Xbox 360 e PS3, que ou despercebido por muitos em seu lançamento original, agora ganha uma nova chance com a Master Crafted Edition, anunciada e datada em questão de semanas. 4fg59
Mais de uma década depois, o jogo retorna com uma proposta clara: resgatar o que o tornou memorável e apresentar essa experiência a uma nova geração. Resta saber se essa reestreia consegue ir além da nostalgia e justificar seu retorno.
Em missão pelo império 346s51
A história de Space Marine pode parecer confusa no começo, especialmente por se tratar de um universo extenso, com vários outros acontecimentos e histórias paralelas. Mas o jogador acompanha a trama de Titus, o capitão dos Ultramarines — uma espécie de super soldado modificado em todos os aspectos, inclusive com dois corações. Tudo isso para que os Ultramarines possam servir ao Império, uma entidade que tem certas semelhanças com o império romano, principalmente na hierarquia de liderança e no visual de suas tropas.
Falando apenas da história presente em Space Marine, Titus é enviado ao planeta Graia, uma colônia usada pelo Império para a construção dos Titãs, que são as principais armas de dominação interplanetária. O planeta acaba sendo invadido pelos Orks, criaturas verdes que lembram goblins e também ogros em alguns aspectos. Os Orks são inimigos interessantes e, com o avanço da trama, diferentes tipos deles são introduzidos, como um xamã e outros com aparência mais bruta e imponente.
A narrativa é bem direta quanto ao objetivo de Titus e seu grupo, que é formado por Leandros e Sidonus.
Os dois servem como contraste ao comportamento mais sério de Titus, especialmente para quem já viu o episódio sobre Warhammer na série Secret Life, da Amazon. No geral, a trama é envolvente, com personagens marcantes como a tenente Mira e o inquisidor Drogan. As fases são bem estruturadas e apresentam uma variedade considerável para um jogo lançado há 14 anos. O ritmo também é bem equilibrado, evitando a monotonia.
Por se tratar de um universo tão amplo, com diversos jogos que seguem estilos diferentes, a duologia Space Marine funciona muito bem como porta de entrada para quem sempre teve curiosidade em conhecer mais sobre essa franquia. Esta remasterização atende bem a esse propósito, com uma história intensa que se desenvolve ao longo de 16 capítulos repletos de ação. Os únicos momentos de pausa estão nas cenas de corte e nos curtos trajetos até o próximo objetivo.
Melhorias mais que bem-vindas 54525z
Tive a sorte de estar jogando a versão antiga de Space Marine antes mesmo do anúncio da remasterização, então notar as mudanças acabou sendo um trabalho relativamente fácil. Em termos de jogabilidade, as alterações são sutis, já que o jogo envelheceu muito bem para algo lançado há duas gerações. A movimentação de Titus, por conta da armadura, realmente a a sensação de estar controlando um tanque de guerra, mas é sempre necessário gerenciar bem a barra de vida. Em diversos momentos, os Orks atacam em hordas, e a vida não se regenera automaticamente. É preciso executar finalizações para recuperar energia aos poucos.
O arsenal parece tradicional à primeira vista, com armas que lembram pistolas, metralhadoras e rifles de precisão. No entanto, há armamentos únicos como a pistola de plasma e o Vengeance Launcher, um lançador de granadas adesivas. Mas o verdadeiro destaque fica para as armas corpo a corpo. Espadas, martelos e a clássica chainsword estão presentes. Esses equipamentos são encontrados em cápsulas ao longo das fases, e, caso já esteja com os quatro slots preenchidos, a nova arma substituirá uma da mesma categoria.
Visualmente, o jogo pode parecer não ter mudado tanto, mas há melhorias nítidas. Personagens, inimigos e, principalmente, as armaduras dos Ultramarines estão bem mais detalhados em comparação com a versão original. Efeitos como fumaça, fogo e tiros também foram aprimorados. Já a interface ou por uma modernização. A barra de vida e o símbolo do modo de fúria foram reposicionados para o canto superior da tela, enquanto os ícones das armas agora estão mais bem distribuídos. Tipografia e símbolos foram atualizados, e no geral essas mudanças deram ao jogo um ar de novidade sem que ele perdesse o charme clássico.
O modo online está de volta com uma adição essencial que é o crossplay. É possível customizar tanto seu Space Marine quanto o Chaos Space Marine, alterando cores da armadura e praticamente todas as partes como capacete, botas e ombreiras. Também é possível montar suas classes escolhendo quais armas levar e quais vantagens equipar, funcionando como habilidades de e ou de aprimoramento pessoal. Os modos disponíveis são os tradicionais, como confronto entre equipes, captura de pontos e de bandeira. O melhor é que essa versão já vem com todas as DLCs lançadas anteriormente, incluindo mapas adicionais que saíram após o lançamento original no Xbox 360.
Uma das melhorias presentes está nos controles, que receberam um mapeamento intitulado como moderno. Algumas ações mudaram de botão, como o comando de finalização e a seleção de armas no inventário, que agora usa dois comandos combinados. No entanto, essas mudanças não me agradaram tanto. Por exemplo, arremessar granadas pressionando o analógico ficou pouco intuitivo, e a nova roda de armas parece um pouco travada. Optei por jogar no esquema clássico, que me pareceu mais responsivo, especialmente na hora de trocar de arma usando as setas direcionais.
A única falha mais evidente é a ausência de localização para o português. Considerando o histórico recente da Sega e da própria franquia Warhammer, que têm investido em traduções para o nosso idioma, é uma pena que um título como este não traga legendas. Isso pesa especialmente em um jogo com tantos áudios e diálogos que ajudam a expandir o universo e contextualizar a trama.
Considerações 1v6823
Warhammer 40K: Space Marine - Master Crafted Edition cumpre bem seu papel de resgatar um título importante da franquia, respeitando a experiência original enquanto moderniza pontos-chave. As melhorias gráficas são sutis, mas eficazes, e o novo mapeamento de controle oferece alternativas, mesmo que algumas escolhas não sejam tão intuitivas.
O retorno do modo online com crossplay, personalização completa e inclusão de todo o conteúdo adicional fazem dessa versão a mais completa até agora. A ausência de localização para o português é uma falha significativa, especialmente em um jogo com tantos diálogos importantes. Ainda assim, para fãs antigos ou novatos curiosos, a Master Crafted Edition entrega uma experiência sólida e respeitosa com sua própria história.
Warhammer 40K: Space Marine - Master Crafted Edition estará disponível em 10 de junho para PC e Xbox Series X|S, podendo ser jogado também via Game .
Esta análise foi feita no Xbox Series S, com uma cópia gentilmente cedida pela Sega.