DOOM: The Dark Ages é brutal, sombrio e eleva o Slayer a um novo patamar na franquia 4d51b
Novo game aposta em narrativa cinematográfica, combate brutal e estética medieval para entregar a experiência mais completa da série 2b542y
A série DOOM sempre foi sinônimo de qualidade em meio ao caos controlado. Mas em The Dark Ages, a Bethesda e a id Software decidiram desacelerar, sem abdicar da brutalidade. A nova entrada mergulha em um ado sombrio, com uma abordagem mais cinematográfica e ambientação medieval, entregando algo que soa diferente, mas ainda preserva a essência da saga. 3k6e4
Com mudanças importantes no ritmo e na estética, o jogo reimagina o Slayer como uma arma forjada para servir, enquanto expande o universo com novos personagens, estruturas narrativas e inimigos que refletem um período mais primitivo.
O único que eles mais temem 625pz
DOOM: The Dark Ages é o capítulo mais sombrio e com a história mais cinematográfica da série até hoje. A trama se a muitos anos antes de DOOM (2016) e após os eventos de DOOM 64, quando o Slayer, ainda conhecido como DOOM Guy, decide permanecer no inferno. Depois de um tempo, ele é encontrado pelos Sentinelas Noturnos e levado para Argent D’Nur. Como revelado em um breve flashback de Eternal, o protagonista ou um período em um coliseu. Após provar seu valor, os Maykr o transformaram em uma arma suprema, utilizada apenas em tempos de crise.
A narrativa de Dark Ages se desenrola durante um ponto crucial da guerra entre Argent D’Nur e os demônios. O vilão do jogo, o príncipe Ahzrak, é possivelmente o antagonista mais interessante da franquia até agora. Ele busca o poder absoluto e seu exército, vindo diretamente do inferno, está empurrando os defensores de Argent para o limite. Há apenas uma pessoa capaz de detê-lo, e é nesse momento que o Slayer entra em ação.
A história leva um tempo para ganhar ritmo. Os primeiros capítulos funcionam como introdução das novas mecânicas e mostram o Slayer sendo mantido sob controle pelos Maykr. Mas, quando a campanha engrena de vez, entrega uma das melhores experiências já vistas dentro desse universo.
Ao longo da campanha, há capítulos focados no Atlan, uma máquina de combate gigante semelhante aos robôs do filme Círculo de Fogo, e em Serrat, o dragão treinado exclusivamente para servir ao Slayer. Essas missões com o Atlan e o dragão se destacam facilmente e deixam a sensação de que poderiam aparecer com mais frequência.
O título está totalmente localizado em português, tanto nas legendas quanto no áudio. A localização para o nosso país está muito bem feita e conta com dubladores de peso. Mauro Ramos, conhecido por ser a voz do Pumba e do Shrek, interpreta o Rei Novik. Já Fernanda Bullara, que dubla personagens como Jinx, Lara Croft e Kitana, assume o papel da instalação sentinela.
Fique e lute 6z286z
Desde a primeira revelação da jogabilidade, estava no mesmo barco daqueles que diziam que o título parecia mais lento. Mesmo com os desenvolvedores explicando que seria possível ajustar a velocidade do combate, quis respeitar a escolha deles e nem sequer mexi nisso enquanto jogava. Mas, finalmente jogando, pude ver que não era o caso. O jogo manteve a dose de frenesi e uma quantidade absurda de inimigos na tela.
O combate em si dispensa comentários, e arrisco dizer que é facilmente o melhor da franquia. A todo momento estamos em algum conflito, e quase tudo ao nosso redor reage enquanto estamos em ação. Estátuas são destruídas, caixas explodem e os inimigos se deterioram a cada tiro recebido. As armas estão mais criativas, e por se ar em um período medieval, elas possuem visuais únicos. Um exemplo é o Pulverizador, que dispara ossos moídos de um crânio ao pressionarmos o gatilho. Há também a Disparadora, com uma bala de canhão presa por correntes.
Algumas armas clássicas não ficaram de fora, como o lança-foguetes, o Ciclador, que lembra a arma de plasma vista em outros capítulos da franquia, e, é claro, a Superescopeta, que retorna ainda mais imponente.
Nosso escudo funciona quase como um personagem à parte ao lado do Slayer. Com ele, podemos bloquear tiros, arremessá-lo para cortar e segurar inimigos, avançar com tudo sobre grandes hordas e utilizá-lo constantemente para aplicar aparadas em sub-chefes e inimigos comuns. O sistema de aparar, apesar de parecer que deixaria o jogo fácil, foi bem implementado. Em certos momentos, a mecânica até lembra jogos de ritmo, exigindo precisão para reagir aos ataques de um Ciberdemônio, por exemplo. No entanto, o uso constante do escudo acaba tornando a experiência um pouco repetitiva com o tempo.
Além de ser crucial no combate, o escudo também é essencial na exploração. Com ele, podemos alcançar locais mais altos e destravar portões. A exploração, por sua vez, está bastante robusta, especialmente durante as missões de campo de batalha. Nelas, é possível encontrar segredos que incluem itens visuais para as armas, selos de vida que permitem reviver quando a vida chega a zero, além das tradicionais miniaturas introduzidas em DOOM (2016).
Cada fase possui desafios próprios que recompensam o jogador com ouro e cosméticos. Ao final de cada uma, podemos visualizar a porcentagem de progresso e conferir o que faltou para atingir os 100%, sendo sempre possível revisitar esses locais para concluir o que ficou pendente.
O fato de este ser o período mais sombrio da franquia se reflete em toda a estética vista nas fases e nos personagens. Masmorras, castelos e outros elementos visuais reforçam esse clima, assim como o design dos inimigos. Muitos deles usam armaduras, e por se ar bem antes dos eventos de DOOM (2016), várias criaturas apresentam visuais diferentes. Um exemplo é o Insepulto, que antes era uma caveira com uma mochila a jato nas costas, mas agora se assemelha a um cavaleiro da morte, lançando caveiras em nossa direção.
Com o ouro que encontramos pelo mapa, podemos utilizá-lo nos santuários de Sentinela para aprimorar nossas armas, escudo e os ataques corpo a corpo do Slayer. Outro meio de receber aprimoramentos é enfrentando os Líderes, demônios mais fortes e desafiadores em comparação às suas versões comuns. Derrotar esses inimigos garante um aumento permanente nos atributos de vida, armadura e capacidade de munição para todas as armas.
O sistema de mortes gloriosas retorna, mas está bastante simplificado. As finalizações que se tornaram icônicas em Eternal foram reduzidas a chutes, socos e ao uso do mangual. Em algumas situações, animações mais elaboradas ainda aparecem, principalmente quando executamos o comando no ar, mas é uma pena ver algo tão marcante para os fãs resumido a poucas variações.
Chega a ser estranho ter que escrever isso, mas a trilha sonora é o ponto mais fraco de todo o jogo. Em DOOM (2016), tivemos músicas compostas por Mick Gordon, que até hoje são consideradas por muitos como as melhores de toda a franquia. Já em Eternal, houve uma grande polêmica. Embora boa parte da trilha também tenha sido composta por Mick, o compositor foi afastado pela Bethesda após conflitos envolvendo falta de pagamento, e algumas de suas músicas acabaram sendo remixadas por outra pessoa. Em Dark Ages, a trilha sonora em certos momentos simplesmente não existe.
Durante cenas de ação frenética, o único som que se destaca são os os e os grunhidos do DOOM Slayer. Em momentos que claramente pediriam uma música épica, como nos dois jogos anteriores, o que se ouve são composições sem impacto, que nem sequer combinam com a cena apresentada.
Versão PC é exemplo a ser seguido na otimização 2a1m15
Falando agora exclusivamente dos aspectos técnicos de DOOM: The Dark Ages no PC, a id Software acertou em cheio nisso novamente, entregando uma das experiências mais otimizadas da geração para quem joga no computador.
Mesmo quando o jogo está com os gráficos na qualidade Ultra, que entregam visuais muito superiores em comparação com aqueles vistos nos consoles, o desempenho é sólido e sem qualquer tipo de engasgada. E olha que estamos falando de um título rodando com Ray Tracing.
Jogando o game do começo ao fim usando um processador Ryzen 5 7600, placa de vídeo GeForce RTX 4070, 2x16GB de RAM, SSD NVMe e Windows 11, a experiência foi fantástica tecnicamente, ficando em 4K e acima de 60 fps o tempo inteiro com DLSS em Qualidade e Frame Generation ativado. Dava até mesmo para desligar o Frame Generation e deixar o DLSS em Desempenho para obter um resultado semelhante.
Ver um jogo atual como DOOM: The Dark Ages rodando desta forma nos faz querer que mais títulos sejam feitos com o fantástico motor gráfico id Tech 8. Inclusive, a Microsoft deveria priorizar o uso dele em seus estúdios.
Considerações 1v6823
DOOM: The Dark Ages é um dos capítulos mais ousados da franquia até aqui. A narrativa mais presente e a estética medieval funcionam bem, assim como a variedade no design das fases, as criaturas reformuladas e o novo arsenal. O escudo, apesar de tornar o combate repetitivo em certos momentos, adiciona possibilidades interessantes à movimentação e ao sistema de defesa. A exploração ganhou peso e recompensa a atenção do jogador, com segredos espalhados de forma inteligente e mecânicas que estimulam o retorno às fases.
O principal problema está na trilha sonora, que, diferente dos jogos anteriores, não sustenta o mesmo nível de impacto durante o combate. Ainda assim, The Dark Ages entrega um dos melhores combates da série, se consolida como o capítulo mais sombrio até aqui e prova que ainda há espaço para reinventar a fórmula do Slayer sem abdicar da identidade.
DOOM: The Dark Ages está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Esta análise foi feita no Xbox Series S por meio do Game e no PC com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Bethesda.