The Precinct aposta na rotina policial para criar experiência mais pé no chão 46p4r
Ambientado no anos 80, o jogo explora desde crimes graves até ocorrências menores nas ruas de Averno 506y44
A ideia de interpretar um policial novato em uma cidade dominada por gangues e pequenos delitos pode parecer simples à primeira vista. Mas quando a ambientação é bem construída e o sistema de patrulha funciona, até a rotina pode virar algo interessante de acompanhar. 6j6j6h
The Precinct aposta nesse conceito para entregar uma experiência com foco em estrutura, progressão e presença constante nas ruas. Em vez de grandes reviravoltas, o título prefere os detalhes do cotidiano — e encontra nisso sua identidade.
Seguindo os os do pai 5d1ha
Em The Precinct, acompanhamos o início da carreira do policial novato Nick Cordell Jr. Após o falecimento de seu pai, um dos agentes mais condecorados da cidade, o protagonista decide seguir seus os. A história se a em Averno, uma cidade fictícia inspirada em Nova Iorque, com uma ambientação neon-noir dos anos 80. Enquanto tenta manter a ordem nas ruas, Nick também investiga o que realmente aconteceu na última missão de seu pai.
A estrutura das missões é bem direta, com casos delegados por sua superior. Durante algumas delas, somos acompanhados por Kelly, um policial veterano que atua como mentor do protagonista. Cada missão é tratada como um turno de trabalho e, ao completá-las, desbloqueamos novas habilidades e armas. Também podemos encontrar pistas opcionais que revelam mais sobre as gangues que ameaçam a cidade, como a Serpente Escarlate e os Quebra-Queixos.
Nick, por mais que tenha uma motivação clara para entrar na polícia, acaba sendo um personagem pouco interessante. Isso acontece porque ele fala pouco nas cenas e, quando fala, a dublagem não transmite emoção. Esse problema fica mais evidente nas interações com personagens mais expressivos, como Kelly, Kowalski e o chefe do departamento. A apresentação das cutscenes também não ajuda, já que são feitas com imagens estáticas.
Cidade do crime w2e64
A forma como a desenvolvedora retratou o cotidiano policial foi bem feita e imersiva. Esperava apenas confrontos contra criminosos, mas há muito mais do que isso. Existem delitos menores, como jogar lixo na rua, pichação e invasão de propriedade, e crimes mais graves, como tráfico, homicídio e omissão de socorro. Um destaque é a mecânica de dar voz de prisão. Após isso, podemos interagir com o acusado, solicitar informações à central para verificar antecedentes ou posse de itens ilegais. Dependendo da situação, nosso personagem pode aplicar uma multa, solicitar uma viatura para escolta ou conduzir o suspeito diretamente à prisão.
Enquanto não estamos envolvidos em ocorrências graves, como tiroteios ou perseguições, é possível patrulhar a cidade e realizar atividades mais burocráticas. O mapa apresenta diversas situações típicas do cotidiano policial, como fiscalização de trânsito, identificação de veículos mal estacionados ou com parquímetro vencido, e aplicação de multas por obstrução de hidrantes ou estacionamento em faixas de pedestres. Essas tarefas ajudam a compor a rotina do agente, reforçando a sensação de estar realmente exercendo o papel de um policial. O jogo também disponibiliza um manual completo com instruções sobre cada tipo de infração, garantindo que o jogador saiba exatamente como agir em cada situação.
A cidade de Averno é interessante de explorar. Apesar de ser fictícia, há locais caricatos inspirados em outras obras, como a Chinatown. No entanto, é uma pena que não haja mais atividades além da resolução dos crimes. Por se tratar de uma narrativa sobre a ascensão de um recruta até se tornar um policial renomado, o título poderia ter incluído tarefas que impactassem de forma mais direta o cotidiano do protagonista.
Durante os confrontos, quando o uso de força letal é autorizado, nosso personagem conta com um arsenal de armas que varia de acordo com sua patente. No entanto, os tiroteios não funcionam tão bem quanto deveriam. Os inimigos possuem uma barra de vida longa demais e não reagem aos disparos, o que torna os embates estranhos e pouco imersivos. Já durante perseguições e trocas de tiros, podemos utilizar as fichas de e, representadas por um ícone azul no centro da tela. Ao ativá-las, uma roda de e é liberada, permitindo solicitar reforço de outras viaturas, acionar faixas de pregos ou até pedir o apoio de um helicóptero para conter a situação.
Um ponto que pode incomodar alguns jogadores é a dirigibilidade. A visão isométrica mais atrapalha do que ajuda durante perseguições, e o carro é rígido ao fazer curvas, além de parecer que o freio não responde direito. Por outro lado, nas missões aéreas com helicóptero, essa perspectiva funciona muito bem e combina com a proposta dessas sessões.
O título está totalmente localizado para o português, e o trabalho de adaptação está excelente, com todas as informações apresentadas corretamente. Um problema notável, no entanto, é o som estourado durante as cenas de diálogo. A princípio, pensei que fosse um problema no meu fone, mas o mesmo ocorreu quando utilizei o áudio da TV, o que indica uma falha no próprio jogo.
Considerações 1v6823
The Precinct aposta em uma abordagem diferente para jogos policiais, priorizando uma ambientação urbana detalhada e sistemas que abrangem desde crimes graves até ocorrências menores do dia a dia. A proposta é boa, e a variedade de situações ajuda a construir uma rotina imersiva para o jogador. No entanto, o ritmo é comprometido por tiroteios pouco responsivos, falhas de áudio e controles duros, especialmente durante perseguições.
Com mais polimento, The Precinct tem tudo para evoluir, mas no momento, entrega uma experiência curiosa que chama a atenção mais pela proposta do que pela execução. Ainda assim, há algo interessante em ver um jogo que escolhe o cotidiano como motor da ação — mesmo quando esse cotidiano precisa de mais vida.
The Precinct está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Kwalee.