Revenge of the Savage Planet troca de perspectiva, mas mantém o humor e os exageros 1m6k24
Com bom humor e algumas melhorias, sequência mantém a identidade original sem sair da zona de conforto 5y5f1m
Journey to the Savage Planet nunca foi um jogo sobre levar as coisas a sério. A proposta sempre girou em torno da sátira, da exploração absurda e da sensação constante de que o mundo à sua volta quer te matar, mas vai rir de você antes disso. A sequência, agora com o nome Revenge of the Savage Planet, mantém esse espírito intacto. 734c6z
Com mudanças na perspectiva e algumas novidades pontuais, a sequência expande a fórmula do original, mas sem perder o tom debochado que o tornou memorável. Entre piadas em live-action, criaturas bizarras e uma IA que fala mais do que deveria, a experiência continua sendo tão estranha quanto divertida.
De volta ao trabalho 6b3q4b
A história da sequência não é muito diferente do que foi visto no jogo anterior. Controlamos um cientista da empresa Kindred, enviado a um planeta inabitável para catalogar a fauna local. No entanto, em vez de um pouso tranquilo, a nave colide com o planeta, fazendo com que percamos boa parte dos nossos equipamentos. Ao encontrar um abrigo deixado por alguém, descobrimos que fomos demitidos pela empresa e que ninguém virá nos resgatar. A partir daí, partimos em busca de uma maneira de escapar com vida, enquanto tudo ao nosso redor tenta nos eliminar.
Mais uma vez, o protagonista não possui voz, exceto por grunhidos ao pular ou ao sofrer algum dano. Assim como no primeiro jogo, a narrativa é conduzida por uma inteligência artificial. A EKO está de volta, mas agora aparece como um robô que nos acompanha fisicamente, em vez de ser apenas uma voz. É possível alternar entre uma voz feminina ou masculina. Outro recurso que retorna são os vídeos em live action, que chegam ao personagem para ajudar a contextualizar o que aconteceu com a antiga população do planeta.
O humor escrachado também está presente, com descrições bem-humoradas dos animais e gravações em vídeo que continuam satirizando a situação. A EKO frequentemente solta piadas e trocadilhos durante a jornada. Para quem preferir uma experiência mais silenciosa, é possível diminuir a frequência com que ela fala. Ainda assim, desativar totalmente os diálogos pode atrapalhar o entendimento dos objetivos. Um ponto muito positivo é o trabalho da equipe de localização, que adaptou bem as piadas para o público brasileiro.
Nova câmera, novos brinquedos 3d1f3l
Nos primeiros segundos já é notável uma grande diferença na jogabilidade. O título anterior era em primeira pessoa, enquanto a sequência optou por uma câmera em terceira pessoa. A primeira impressão pode parecer estranha, já que o estilo original proporcionava uma imersão divertida, mas em poucos minutos é fácil se acostumar com a nova perspectiva. Algumas mecânicas conhecidas retornam, como o escâner, utilizado para analisar rochas, criaturas e plantas. Uma adição interessante foi o pulso de sensor, que localiza itens próximos tanto por som quanto por breves marcações visuais. Esse recurso ajuda a encontrar materiais para construir novos equipamentos na mesa 3D e frutas que aumentam nossa vida base.
A exploração é bastante intuitiva com o uso dos equipamentos, como a mangueira, que permite limpar caminhos, o gancho para alcançar locais marcados e a mochila jato, ideal para ar áreas mais altas. Embora já estivesse presente de forma limitada no primeiro título, agora é possível jogar toda a campanha em modo cooperativo, seja em tela dividida ou online. A funcionalidade é estável, mas com algumas limitações. Ambos os jogadores precisam permanecer no mesmo planeta e não podem se separar para explorar diferentes áreas ao mesmo tempo.
O combate é simples e funcional. Usamos um chicote para quebrar pedras e capturar criaturas para pesquisa, além de uma pistola de plasma que superaquece com o uso contínuo. Algumas criaturas possuem fraquezas específicas, reveladas ao escaneá-las. Mesmo com a movimentação cômica do protagonista, o desempenho durante os combates não é prejudicado. Caso o personagem seja derrotado, a EKO nos reimprime, mas é necessário retornar ao local da morte, indicado no mapa, para recuperar parte dos espólios perdidos.
Uma novidade nesta sequência é a possibilidade de customizar o habitat. Podemos comprar camas, armários, um urso gigante para abraçar e diversos outros itens decorativos. Alguns possuem interações divertidas, como uma estante de livros onde o personagem tenta alcançar uma caneca no topo. Os valores podem assustar no início, mas há caixas de moedas espalhadas pelos mapas que oferecem grandes quantias, facilitando as compras.
Apesar da diversão, as missões deixam a desejar. Com o tempo, a sensação é de que estamos apenas completando uma longa checklist. Muitas tarefas envolvem coletar um número específico de itens ou capturar criaturas para pesquisas demoradas. Algumas missões principais são mais elaboradas, mas estão em minoria quando comparadas ao excesso de atividades repetitivas.
Graficamente, o título é muito bonito. Os planetas têm biomas distintos, bem detalhados e variados. As criaturas também são criativas, com diferentes aparências e comportamentos — algumas são peludas, outras têm olhos grandes, algumas explodem quando chutadas e outras são lideradas por um alfa. As regiões aquáticas também merecem destaque, especialmente após desbloquearmos o equipamento para mergulhos profundos. Mesmo no Xbox Series S, o desempenho foi estável e o visual impressiona.
Considerações 1v6823
Revenge of the Savage Planet é uma sequência que entende o que funcionava no primeiro jogo e tenta refinar sem reinventar. A troca de perspectiva funciona, os novos equipamentos ampliam a exploração, e o modo cooperativo adiciona uma camada divertida à campanha. O humor continua afiado e o visual é um dos pontos altos, com planetas variados e criaturas cheias de personalidade.
Ainda assim, o título carrega alguns dos mesmos problemas do antecessor, especialmente nas missões repetitivas e na estrutura de tarefas que se apoiam demais na coleta. É uma aventura criativa e bem resolvida dentro do que se propõe, mas que ainda pode ir além se decidir arriscar um pouco mais no futuro.
Revenge of the Savage Planet está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Esta análise foi feita no Xbox Series S, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela ID@Xbox.