Blue Prince entrega experiência misteriosa e instigante 4z2t3h
Mistério e escolhas estratégicas definem uma das grandes surpresas de 2025 5o5m3i
Alguns jogos independentes surgem sem alarde e conseguem surpreender com ideias únicas. Blue Prince é um desses casos, apostando em uma combinação de roguelike com quebra-cabeças para criar uma experiência de exploração onde cada o importa. A mansão Mt. Holly, cheia de segredos e armadilhas, transforma decisões simples em momentos de pura tensão e estratégia. i306t
Com uma estrutura baseada em escolhas rápidas e um sistema de progressão que recompensa a atenção aos detalhes, o título da Raw Fury propõe um desafio que vai além da sorte. Entre limites diários, salas perigosas e mistérios bem escondidos, Blue Prince se firma como uma das grandes surpresas do ano no cenário indie.
Um mistério em cada cômodo 6x6v6s
Blue Prince é um roguelike com elementos de aventura e quebra-cabeças. Após receber uma carta misteriosa, Simon, o protagonista, descobre que herdou a mansão Mt. Holly, propriedade que pertenceu ao seu avô. A mensagem também traz um aviso: existe um local secreto, conhecido como sala 46. Ao chegar à mansão, Simon encontra uma nova instrução — ele terá 50 os por dia para localizar esse cômodo. Sempre que esse limite é alcançado, o dia recomeça, mas os quartos explorados anteriormente não retornam. Lentamente, fica claro que a mansão se comporta como um labirinto, e a sensação é de que o próprio jogo faz de tudo para dificultar sua chegada ao objetivo final.
Falar da história de Blue Prince no geral é um pouco complicado, já que o estilo narrativo não dá muita ênfase às cenas e diálogos. Elas surgem apenas quando encontramos o cômodo certo ou ao concluirmos algum segredo. O principal meio de entender o que está acontecendo na trama e descobrir mais sobre o ado do avô de Simon e a linhagem familiar é por meio de cartas e bilhetes espalhados pelos aposentos. A decisão de concentrar a narrativa nesses documentos foi um grande acerto. Em vários momentos, parei para absorver os relatos sobre eventos ados, e o mistério que cerca a sala 46 se constrói justamente a partir desses fragmentos espalhados pela mansão.
Esses textos espalhados pelos aposentos não servem apenas para contar histórias do ado. É por meio deles que descobrimos dicas para abrir cofres e encontrar soluções mais fáceis para determinados quebra-cabeças. O jogo sabe brincar com a nossa percepção, apresentando papéis que, à primeira vista, parecem estar ali apenas para preencher o ambiente. No entanto, ao usar a lupa, que se torna uma das ferramentas mais indispensáveis, percebemos que muitos desses bilhetes escondem segredos ocultos.
O que deve afastar uma parte dos jogadores, principalmente o público brasileiro, é a falta de localização para o nosso idioma. A leitura é essencial para concluí-lo, e a ausência de tradução dificulta entender o que cada cômodo faz, o que pode se tornar um obstáculo importante conforme o tempo a.
Escolhas em cada porta 2l3r1j
O grande desafio em Blue Prince não se dá apenas em chegar na sala 46, mas também em contar com a sorte para não se frustrar quando surgir um quarto que não contenha nenhuma porta. Por ter apenas 50 os por dia, o jogo constantemente nos coloca em uma encruzilhada, fazendo pensar a todo momento: “será que fiz a escolha certa">Conforme avançamos, também surgem cômodos dedicados exclusivamente à resolução de quebra-cabeças, adicionando mais variedade à exploração. No salão, por exemplo, somos desafiados por três caixas baseadas na lógica de verdadeiro ou falso; ao resolver o enigma, recebemos joias que permitem construir quartos mais eficientes e úteis. Outro destaque é a sala de bilhar, que sempre priorizei escolher, mesmo que complicasse meu progresso no dia. Nela, o desafio é baseado em questões de álgebra, e ao concluir, podemos ser recompensados com chaves, moedas e até cartões digitais, usados para abrir portas eletrônicas.
Existem segredos que vão além das entrelinhas nas cartas, permitindo desbloquear permanentemente benefícios sempre que recomeçamos o dia. Por exemplo, ao concluir o quebra-cabeça da caixa de energia, liberamos uma área de mineração ao lado de fora da mansão, garantindo que, a cada reinício, comecemos com duas joias extras. Outro exemplo é a garagem, ao destrancar sua porta, podemos abrir um dos portões localizados perto da fonte, próxima à entrada principal.
Além dos corredores, dormitórios, jardins e da sala de segurança, que servem para ajudar, também existem quartos que mais atrapalham do que contribuem. Eles estão sempre marcados com uma coloração vermelha ao redor.
Esses cômodos se tornam verdadeiras pedras no sapato, já que dificilmente trazem algum benefício. A academia, por exemplo, além de nos fazer perder um o sempre que atravessamos qualquer porta, ainda desconta vinte os de uma só vez ao entrarmos. A paróquia nos faz perder duas moedas, e o mais terrível deles, a sala vermelha, que até oferece três portas, mas não permite visualizar o que será construído, deixando tudo na base da sorte, que raramente está a nosso favor.
No Xbox Series S, atualmente o desempenho do título deixa a desejar quando estamos fora da mansão. As quedas de desempenho são constantes e até estranhas, principalmente considerando que o estilo gráfico remete a um desenho animado. Ainda assim, é algo que pode ser facilmente resolvido com algumas atualizações.
Considerações 4hd2y
Blue Prince é uma proposta curiosa e muito bem executada para quem aprecia desafios estratégicos, mistério e exploração inteligente. A atmosfera de constante tensão, combinada com mecânicas que exigem planejamento a cada o, cria uma experiência envolvente e gratificante. Mesmo com pequenos problemas de desempenho fora da mansão, trata-se de um dos melhores indies do ano, provando que boas ideias, quando bem aplicadas, continuam surpreendendo no cenário independente.
Blue Prince está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Esta análise foi feita no Xbox Series S, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela ID@Xbox.
