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Ossada de jovem morto a pauladas por PM desaparece de cemitério sem autorização da família 5a14h

Grupo Maya, atual do Cemitério Campo Grande, na zona sul de SP, não encontrou registro da retirada dos restos mortais 6u134w

20 mai 2025 - 04h59
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Resumo
Ossada de jovem morto por PM em 2017 desapareceu de cemitério em São Paulo, sem registro de exumação; atual istração busca restos mortais. Não há pedido judicial de exumação, de praxe em casos de morte violenta. Mãe está desesperada com sumiço.
Gabriel Alberto Tadeu Paiva, morto aos 16 anos, em 2017, por policial militar conhecido como “Negão da Madeira”.
Gabriel Alberto Tadeu Paiva, morto aos 16 anos, em 2017, por policial militar conhecido como “Negão da Madeira”.
Foto: Arquivo pessoal

Os restos mortais de Gabriel Alberto Tadeu Paiva, morto por um policial militar a pauladas em 2017, não foram encontrados pela mãe no Cemitério Campo Grande, zona sul de São Paulo – o Grupo Maya, que istra o local desde 2023, confirma que “no livro oficial herdado da gestão anterior, não há informação acerca da exumação”. 2bk5k

A gestão anterior era da Prefeitura de São Paulo. O prazo legal para exumação é de três anos, portanto poderia ocorrer a partir de 2020. A mãe, Zilda Regina de Paiva, alega que, na época, esteve no cemitério, mas, por causa da pandemia, a exumação seria adiada por um ano. Quando retornou, os restos mortais não estavam mais na cova.

Gabriel Alberto Tadeu Paiva foi agredido na Páscoa, morreu em 21 de abril de 2017, dia de Tiradentes, e foi enterrado no dia seguinte, do Descobrimento do Brasil.
Gabriel Alberto Tadeu Paiva foi agredido na Páscoa, morreu em 21 de abril de 2017, dia de Tiradentes, e foi enterrado no dia seguinte, do Descobrimento do Brasil.
Foto: Daniel Arroyo

O SP Regula, agência reguladora de serviços públicos de São Paulo, informa que os restos mortais identificados e não reclamados por familiares ou responsáveis em até três anos podem ser exumados e encaminhados ao ossuário geral ou à incineração – mesmo sem autorização ou presença da família, mas com os devidos registros e identificação.

Esse procedimento está previsto no Decreto Municipal nº 59.196/2020. Porém, nos casos de morte violenta, como foi o assassinato de Gabriel Alberto Tadeu Paiva, é de comum pedir autorização judicial para exumação. Nas mais de 1.800 páginas do processo que condenou o policial militar, não há pedido de exumação.

“Fui na covinha dele e não tinha mais nada. Entrei em desespero”, lembra Zilda Paiva, mãe de vítima da Polícia Militar de São Paulo z596c

O policial militar Jefferson Souza foi condenado a 18 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato de Gabriel Alberto Tadeu Paiva. A primeira condenação aconteceu em 2019, mas o julgamento foi anulado. A condenação definitiva é agosto de 2022.

O policial era conhecido na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, como “Negão da Madeira’, por espancar pessoas com um taco. Gabriel, então com 16 anos, foi uma de suas vítimas.

Zilda Regina de Paiva, mãe de jovem assassinado a pauladas em 2017, mostra imagem do filho em camiseta.
Zilda Regina de Paiva, mãe de jovem assassinado a pauladas em 2017, mostra imagem do filho em camiseta.
Foto: Arthur Stabile/Ponte Jornalismo

Após a condenação do policial, a mãe voltou ao Cemitério Campo Grande para visitar os restos mortais do filho. “Fui na covinha dele, não tinha mais nada, entrei em desespero”, conta com exclusividade ao Visão do Corre, editoria do portal Terra especializada na cobertura de periferias.

Posteriormente, sua sobrinha, Tatiane Godoy, procurou os restos mortais. “Quando eu voltei lá, depois da minha tia, eles simplesmente tinham retirado os restos mortais, não podia, o caso ainda não tinha sido encerrado”, conta a prima da vítima.

Cemitério vai procurar ossada 734h6g

A pedido do Terra, o advogado Everton Brasiliano consultou o processo de condenação do policial militar, no qual deveria ter sido pedida a exumação. Segundo ele, o único requerimento é de restituição de objetos apreendidos. “Se a exumação aconteceu com autorização, certamente não foi por autorização judicial”, diz o advogado.

A mãe da vítima, Zilda Regina de Paiva, 54 anos, sobrevive em meio a dificuldades financeiras e emocionais. Dorme com travesseiro com imagem do filho e mudou de endereço quatro vezes por síndrome do pânico. “Não podia ouvir um cachorro latir que meu coração disparava”, relata.

Cemitério Campo Grande, na zona sul de São Paulo, ou a ser istrado pelo Grupo Maya em 2023.
Cemitério Campo Grande, na zona sul de São Paulo, ou a ser istrado pelo Grupo Maya em 2023.
Foto: Alessandra Haro

Antes do assassinato do filho, ela tinha uma vida normal no Jardim Ubirajara, zona sul de São Paulo. Tocava uma tabacaria e lanchonete. Agora, “faz uma faxina aqui e outra ali”. Toma remédios para dormir e para depressão. Com três filhos, está com o Bolsa Família bloqueado desde 2023.

“A coisa mais importante seria reaver os ossos. A intenção era cremar. Eu queria acompanhar a retirada dos ossos, agora nem sei se vão achar. Vai ser outra complicação”, prevê a mãe.

O Grupo Maya, que istra o Cemitério Campo Grande, informou que notificará a SP Regula sobre o caso e iniciou buscas dos restos mortais no ossário da Prefeitura Municipal de São Paulo, que fica dentro da unidade. O prazo é de até 90 dias.

Fonte: Visão do Corre
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